Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Retomada econômica poderá afetar o campo em 2019, diz analista

Relação de troca piora para vários produtos, entre eles café e cana; milho tem melhora

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O agronegócio poderá viver um paradoxo no próximo ano. Se a economia for bem, o mesmo pode não valer para a agricultura. A avaliação é de Fábio Silveira, diretor da MacroSector Consultores.

"Por ora, a situação é muito incerta, e o cenário de uma economia cor-de-rosa não está garantido", afirma ele.

Colheita de cana em usina em Pradópolis (SP)
Colheita de cana em usina em Pradópolis (SP) - Mauro Zafalon - 14.set.18/Folhapress
 

Previdência, contas públicas e situação fiscal do país ainda são assuntos pendentes, e o ​bate-cabeça das autoridades não sinaliza caminhos claros para esses problemas.

Se houver uma superação dos desafios macroeconômicos, o dólar recua e fica em patamar inferior ao deste ano. Sem o incentivo do câmbio, os produtos brasileiros perdem competitividade.

Se os preços internos e externos das commodities caírem, os agricultores terão uma situação bastante adversa porque compraram fertilizantes em período de alta do produto e do dólar.

Esse cenário de alta dos custos dos insumos e de queda nos preços vai retirar competitividade dos produtores.

A alta externa dos fertilizantes, somada ao custo maior do dólar internamente, trouxe um novo patamar de custos para o setor. Alguns produtos foram bastante afetados.

Entre eles, Silveira destaca o café em Minas Gerais. Em setembro do ano passado, os cafeicultores necessitavam de 1,9 saca de café para comprar uma tonelada de fertilizante. Neste ano, a paridade subiu para 3,3 sacas.

É um setor com a remuneração complicada, segundo o diretor da MacroSector.

"A próxima safra será um período de escassez de tecnologia nas lavouras."

A relação de troca na cana-de-açúcar em São Paulo também não é boa. Conforme os dados da consultoria, os produtores necessitavam em setembro, pelos mais recentes dados disponíveis, 30,1 toneladas para a compra de uma tonelada de fertilizante. No mesmo período do ano passado, eram necessárias 27.

A soja em Mato Grosso está com uma relação de troca neutra, mas a tendência é de maior pressão. No ano passado, os sojicultores despendiam 23 sacas de soja por tonelada de fertilizante. Neste ano, são 24.

O melhor cenário é para os produtores de milho no Paraná, segundo Silveira. Enquanto no ano passado eles trocavam 64 sacas do cereal por uma tonelada de fertilizante, neste ano a troca é feita por apenas 45,8 sacas.

A relação de troca teve leve melhora também para os produtores de algodão em Mato Grosso do Sul, que, em setembro, precisavam de 46,2 arrobas para a compra de uma tonelada de fertilizante, abaixo das 48,3 de igual período de 2017.

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