Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Algodão é 4º produto em valor, e país pode ser líder mundial em exportação

Procura global pelo produto eleva os preços e incentiva o aumento de plantio no Brasil

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A procura mundial por produtos naturais e sustentáveis vem mudando o cenário mundial no setor de algodão. Há um aumento de consumo, e o principal ganhador com esse avanço é o Brasil.

Há três anos, o algodão ocupava o sétimo posto em valor de produção entre os produtos agrícolas brasileiros. Neste ano, subirá para quarto lugar.

Colheita de algodão em Cristalina, no interior de Goiás
Colheita de algodão em Cristalina, no interior de Goiás - Mauro Zafalon - 30.ago.18/Folhapress

Informações desta segunda-feira (13) do Ministério da Agricultura indicam que as receitas dessa fibra serão de R$ 41 bilhões em 2019.

A procura mundial por esse produto elevou os preços, o que incentivou o aumento de plantio no Brasil. O algodão se adaptou ao clima do Centro-Oeste e da Bahia e tornou o país altamente competitivo.

Os Estados Unidos são os maiores exportadores mundiais, mas a produtividade deles é de 940 quilos de pluma por hectare. A brasileira é de 1.800.

Clima, luminosidade e manejo adotados pelos produtores nas lavouras ajudam na alta da produtividade.
Há um potencial grande de crescimento para o algodão, principalmente na segunda safra, a que vem após a da soja.

Nos próximos anos, assim como já ocorre com vários outros produtos, o país poderá assumir a liderança mundial na exportação de algodão.

Neste ano, a produção está prevista em 2,8 milhões de toneladas. Sendo que o consumo nacional fica próximo de 800 mil, restam outros 2 milhões para serem exportados. Se essa previsão do setor estiver correta, a receita externa com o produto superará US$ 3 bilhões em 2019. No ano passado, foi de US$ 1,8 bilhão.

O algodão, que há três anos tinha um VBP (Valor Bruto de Produção) inferior ao da banana, agora fica atrás apenas de soja, cana e milho.

O VBP total do país deverá atingir R$ 598 bilhões neste ano, 1,4% mais do que em 2018. A lavoura soma R$ 398 bilhões, e a pecuária, R$ 199 bilhões, de acordo com o Ministério da Agricultura.

Na contramão

Com tendência contínua de alta nos últimos anos, o valor de produção da soja recua para o mesmo patamar em quatro anos. Na avaliação mais recente do Ministério da Agricultura, as receitas com a oleaginosa somarão R$ 128 bilhões, uma queda de 13% em relação às de 2018.

A perda de renda pelos produtores se deve não apenas a um volume menor de produção mas também à fraqueza dos preços externos. Além de safras boas nos principais países produtores, os Estados Unidos carregam um estoque muito grande.

Dose dupla Os olhos do agronegócio estão voltados para a Ásia, onde estão Tereza Cristina, ministra da Agricultura, e uma comitiva do setor. O setor se animou também com as boas notícias vindas da União Europeia. Os acordos com o bloco europeu parecem avançar.

Perigo  Após os altos estoques de soja, os EUA anunciam também volume recorde de milho no país: 63 milhões de toneladas em 19/20.

Soja despenca O aumento da tensão comercial entre EUA e China fez o preço mínimo do contrato de julho da soja recuar para US$ 7,91 por bushel nesta segunda-feira (13) na Bolsa de Chicago. É o menor valor em 11 anos.

Prêmios A volta à estaca zero das negociações entre os dois países elevou os prêmios de exportação da soja brasileira. A China deve voltar com mais força ao mercado do Brasil.

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