Após a explosão em 2017, quando subiu 14,2%, o PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária teve, em 2019, a menor evolução dos últimos três anos: 1,3%.
A taxa média anual da última década é de 3,44%.
A taxa de 2019 teria sido bem menor não fosse a boa fase da pecuária (bovinos, suínos e frangos) no ano passado.
A produção de carnes no país, tomando como base o volume em carcaça, atingiu 26 milhões de toneladas. Os dados, ainda provisórios, são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O aumento não foi grande, superando em 2% o de 2018, mas a intensa demanda externa provocou aumento nos preços internos.
As exportações do ano passado somaram 6,8 milhões de toneladas, superando em 7% as do ano imediatamente anterior.
A pecuária deverá continuar auxiliando o PIB agropecuário em 2020, mas vai depender da evolução mundial do coronavírus.
Os dados do primeiro bimestre ainda não apresentam sintomas de queda nas exportações de carnes, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Um dos sinais do crescimento da pecuária vem das previsões do Ministério da Agricultura. O VBP (Valor Bruto de Produção) deste ano da bovinocultura deverá atingir R$ 100 bilhões pela primeira vez.
Do lado da agricultura, o cenário de 2019 não foi bom para importantes produtos na composição do PIB agrícola. Um deles foi a soja, cuja produção recuou 4% no ano passado, para 113,5 milhões de toneladas, segundo o IBGE.
Café, arroz e cana-de-açúcar também estiveram na lista dos itens que puxaram para baixo o PIB.
A produção de arroz, um produto que vem perdendo espaço na produção nacional, caiu 13% em 2019. O café recuou 17% e a cana, 1%.
Condições climáticas favoráveis e aumento de produtividade fizeram com que alguns produtos dessem sustentação ao PIB. Dois deles se destacam: milho e algodão.
A produção de milho atingiu 100 milhões de toneladas, 23% mais do que em 2018. A boa oferta atraiu a atenção de importadores estrangeiros, o que elevou os preços internos.
No ano passado, o Brasil assumiu a liderança mundial nas exportações do cereal, desbancando os Estados Unidos.
O grande destaque do Brasil nas últimas safras é o algodão. O desempenho dessa fibra auxiliou na evolução do PIB agrícola.
Dados do IBGE indicam elevação de 40% na produção no ano passado. A exemplo do milho, a boa disponibilidade interna da fibra atraiu os compradores externos.
O valor adicionado do PIB agropecuário atingiu R$ 322 bilhões no ano passado, representando 5,2% da taxa geral.
O PIB agropecuário de 2020 deverá continuar evoluindo, mas sem o sobressalto de algumas safras atrás. Soja e milho, dois dos principais itens da produção brasileira, voltam a ter um bom volume na colheita.
O algodão, mesmo que mantenha uma área estável, terá uma boa oferta de produto no mercado. Laranja e café também terão volumes melhores.
A cana depende dos preços externos do açúcar. Se eles não vierem, a participação do etanol nos combustíveis continuará movimentando o setor.
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