Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Plano Safra eleva recursos, mas produtor vê redução tímida dos juros

Taxa para os produtores, mesmo a dos pequenos, fica acima da Selic na safra 2020/21

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Os produtores agropecuários terão recursos de R$ 236,3 bilhões na safra 2020/21, um aumento de R$ 13,6 bilhões em relação aos do ano anterior, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura nesta quarta-feira (17).

Foi o plano possível em um período de pandemia, mas os produtores esperavam um redução maior dos juros.

O cenário mostra que cada vez mais o setor rural terá de buscar crédito privado, mas o custo desse dinheiro precisa ser revisto, na avaliação dos produtores.

O vice-presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), José Mário Schreiner, diz que nos últimos quatro anos a Selic caiu de 14,25% para 2,25%. No mesmo período, a taxa básica do custeio agrícola foi reduzida em apenas 1,5 ponto percentual.

O vice presidente acredita que seja necessária uma revisão de todo o arcabouço do sistema financeiro no que se refere ao crédito rural.

Para Bruno Lucchi, superintendente técnico da CNA, os pontos positivos do Plano Safra deste ano são o aumento de recursos e o R$ 1,3 bilhão dedicado ao seguro rural.

O seguro é um balizador. Permite ao produtor ir ao mercado e, além de captar recursos, obter taxas melhores.

O que precisa ser mudado, porém, são os custos financeiros. Análises de projetos, vendas casadas e custos cartoriais oneram o produtor.

Lucchi acredita que, a partir de agora, o setor produtivo e o sistema financeiro irão juntos buscar normas que amenizem esses custos.

É preciso uma modernização do sistema e uma mudança das regulamentações. “Somar forças vai ser bom para todos”, diz ele.

Antonio Galvan, presidente da Aprosoja de Mato Grosso (associação de produtores de soja e de milho), diz que a redução de juros foi tímida, principalmente no setor de construção de armazéns nas propriedades.

Segundo ele, “cria-se muita expectativa a respeito do Plano Safra todo ano, e parece que estão fazendo um favor para o produtor”.

Na verdade, acrescenta, isso é uma obrigação do governo, uma vez que estamos sendo responsáveis pela produção de alimentos.

Para Eduardo Sampaio, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, os recursos serão importantes para uma evolução da área e da produção de grãos na próxima safra.

Câmbio favorável, demanda externa boa e importações de insumos crescentes também apontam para essa evolução, afirma.

Dos R$ 236 bilhões aprovados pelo governo, R$ 179 bilhões serão para custeio e comercialização. Os investimentos terão R$ 57 bilhões .

Os pequenos produtores ficam com R$ 33 bilhões, com uma taxa de 2,75% a 4% ao ano. Já os médios terão R$ 33,1 bilhões, com taxa de juros de 5%. Os grandes produtores pagarão 6% ao ano.

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