Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Europa fica mais dependente do Brasil neste ano

Importações de alimentos e de produtos agrícolas, em valores, aumentam 47% até julho, segundo a UE

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A conjunção de Covid, seca, doenças no setor de animais e conflito entre Ucrânia e Rússia deixou a União Europeia mais dependente do Brasil.

É o que mostram informações desta quarta-feira (26) do Departamento de Agricultura e de Desenvolvimento Rural do bloco.

Preços em alta e volumes maiores de importações mantiveram o Brasil na ponta da lista de fornecedores de alimentos e produtos agrícolas para os europeus. Isso mostra que esse não é um mercado dispensável, como pensam alguns em embates com os europeus.

Bandeiras da União Europeia em frente à sede da Comissão Europeia, em Bruxelas - Yves Herman - 17.jun.2022/Reuters

Dos 96,2 bilhões de euros (R$ 521 bilhões) gastos pelos países do bloco de janeiro a julho deste ano, 11,3 bilhões de euros (R$ 61,5 bilhões) foram para pagar produtos saídos do Brasil.

As receitas das exportações brasileiras renderam, neste ano, 47% a mais do que em igual período do ano passado. Com essa evolução, atingiram 12% de todos os gastos dos europeus neste setor. Em 2021, eram 10%.

O Brasil esteve na hora certa e com bom volume de produtos para atender às exigências desse mercado em um período de preços mundiais em patamares recordes.

No país, o valor elevado do dólar engrossou as receitas de produtores e de exportadores.

As maiores demandas dos europeus vieram de produtos que o Brasil tinha para oferecer. Dados da UE indicam que as compras de milho do país subiram 492% em junho, em valores, em relação às de 2021.

Soja, farelo e óleo de soja, produtos fornecidos pelo Brasil, também tiveram forte valorização no ano, em boa parte devido às dificuldades da Ucrânia em fornecer cereais e óleos vegetais ao mercado.

O café, um dos importantes itens na balança de importação da Europa, após a quebra de safra no Brasil, atingiu valores recordes, onerando o bolso dos europeus e aumentando as receitas brasileiras.

Assim como ocorreu com vários dos grandes produtores de alimentos, inclusive com o Brasil, a seca reduziu a produção de alimentos neste ano na Europa.

A safra de cereais recua para 271 milhões de toneladas, 8% a menos do que a anterior. A maior queda ocorreu no milho, cuja produção caiu 24%.

Arroz Exportações e período de entressafra começam a dar novos preços ao cereal. O valor médio da saca subiu para R$ 80 no Rio Grande do Sul, 3,7% acima do preço do final de setembro, segundo o Cepea.

Arroz 2 A demanda externa está firme, e os preços sobem devido à menor produção em vários dos principais produtores mundiais, como China, Índia, Tailândia.

Nematoides Pesquisadores da Virginia Tech College of Agriculture querem usar algoritmos de inteligência artificial para detectar nematoides na cultura da soja.

Nematoides 2 Quando desenvolvida, será uma ferramenta que evitará prejuízos bilionários às lavouras de soja, trazidos por essa praga.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.