Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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América do Sul dá suporte à demanda mundial por milho

Sul-americanos vão produzir 194 milhões de toneladas, 8% a mais na safra 2022/23; norte-americanos produzem 7% a menos

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A América do Sul vai dar um equilíbrio ao mercado mundial de milho na safra 22/23. Já a América do Norte coloca menos cereal neste ano no mercado do que na safra anterior.

Para o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os produtores sul-americanos vão produzir 194 milhões de toneladas do cereal, com avanço de 8% em relação ao volume de 2021/22.

O Usda considera o período de safra de outubro de um ano a setembro do outro. Nos cálculos do departamento, os norte-americanos produzem 7% a menos nesta safra, que recua para 396 milhões.

Colheita de milho  em fazenda no interior de São Paulo
Colheita de milho em fazenda no interior de São Paulo - Eduardo Knapp - 14.fev.2017/Folhapress

A União Europeia também produz menos, com a safra caindo para 54 milhões de toneladas. A Ásia mantém os 326 milhões da safra anterior.

Os números mostram a importância do Brasil nas exportações de 2022/23. Na avaliação do Usda, o país colocará 46,5 milhões de toneladas do cereal no mercado externo neste período.

Com isso, os brasileiros se consolidam como o segundo maior exportador mundial, abaixo dos 55 milhões dos Estados Unidos.

Os grandes produtores colocam menos cereal no mercado devido a uma quebra de produtividade, provocada por condições climáticas adversas. Muitos dos países já sofreram os efeitos do clima, o que provocou essa quebra de produção.

O perigo para o Brasil é que a grande safra ainda vai ocorrer no período de inverno do próximo ano, e o país está sujeito a eventuais efeitos climáticos. A produção estimada para 2022/23 é de 126 milhões de toneladas.

A deste ano, que permitiu um abastecimento melhor do mercado internacional, foi recorde e atingiu 116 milhões de toneladas.

Na safra 2022/23, a China, que também teve perda de produtividade em algumas regiões do país, deverá importar 18 milhões de toneladas, um valor próximo ao do México, mas abaixo dos 22 milhões da União Europeia.

Com demanda ainda aquecida e a quebra de produção em vários grandes produtores, a oferta total de milho recua para 1,16 bilhão de toneladas, uma queda de 5%. Os estoques mundiais finais voltam para 298 milhões, com retração de 3% sobre o período anterior.

A quebra mundial de safra de milho fez com que os preços internos se mantivessem aquecidos. Em maio do ano passado, a saca de milho foi negociada a R$ 101, segundo o Cepea.

Em julho, com a maior oferta vinda da safrinha, o preço da saca recuou para R$ 82. O crescimento das exportações elevou os preços internos, que estão em R$ 88 na região de Campinas. O valor da tonelada de milho exportada neste mês supera em 35% o de igual período do ano passado.

Endividamento Adversidades climáticas, pandemia, conflitos geopolíticos e formas de administração dos negócios podem contribuir para o aumento do endividamento no campo.

Endividamento 2 Levantamento do Obre (Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial), da Biolchi Empresarial, mostra que as recuperações extrajudiciais de 2019 a 2022 incluem seis casos de empresas ligadas ao agronegócio, de um total de 46. Os acordos somam R$ 1,2 bilhão no setor.

Acordo A recuperação extrajudicial é um acordo entre devedor e credores, com o objetivo de mudar as condições originais de pagamento das dívidas. A modalidade tem crescido nos últimos anos, principalmente como reflexo da pandemia e da crise econômica, segundo Juliana Biolchi, diretora da empresa.

Custa menos A recuperação extrajudicial tem se tornado uma ferramenta atrativa porque a negociação é feita antes de chegar ao Judiciário. É mais cirúrgica, porque não precisa englobar todos os credores, e tende a custar menos, na avaliação da diretora.

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