A recriação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) seria interessante para o agronegócio brasileiro. Esse não é um dos principais mercados para os exportadores nacionais, mas tem características diferentes por buscar menos commodities e mais produtos de valor agregado.
No ano passado, os 11 países que compõem o bloco, além do Brasil, importaram o equivalente a US$ 44 bilhões do Brasil. No setor de agronegócio, foram US$ 6,5 bilhões.
O setor exportador brasileiro, com a ajuda do governo anterior, deixou um pouco de lado os países da região. Em 2020, as exportações brasileiras para os países que compõem o bloco foram as menores em 17 anos.
A soja, principal item da balança comercial brasileira, pouco aparece na lista das necessidades desses países, o que garante uma diversidade das exportações. Muitos deles, como Argentina, Paraguai e Uruguai, são produtores e exportadores da oleaginosa.
Já os derivados da soja, como óleo e farelo, estão nas necessidades desses países sul-americanos. O valor das exportações desses itens processados supera em 90% o da soja em grãos.
O bloco pode ser explorado também para um aumento das exportações das carnes. No ano passado, as receitas das vendas de proteína animal para esses países foram de US$ 1,25 bilhão. O Chile é o país que tem o maior potencial de importação nesse setor.
A Colômbia foi a maior parceira do agronegócio brasileiro em 2020 entre os países da desativada Unasul, com importações de US$ 1,35 bilhão.
Os colombianos elevaram as importações de milho para o recorde de 2,4 milhões de toneladas e ampliaram as compras de café. Apesar de ser o terceiro maior produtor mundial desse produto, a Colômbia importou 95 mil toneladas de café do Brasil no ano passado, um volume recorde.
Outro país que era importante para o agronegócio brasileiro, a Venezuela, perdeu importância nos anos recentes, tanto pela desestruturação da economia como pela oposição do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os venezuelanos recuaram para a terceira posição na lista dos principias importadores de alimentos do Brasil em 2022, comprando o correspondente a US$ 1,1 bilhão. Com esse volume, ficaram atrás de Colômbia e de Chile, mas à frente da Argentina.
Há uma década, as compras venezuelanas no Brasil somavam US$ 5 bilhões no setor de agronegócio.
Do lado das importações, os países da Unasul são importantes para o Brasil nos setores de cereais, pescado, farinhas e leite. A Argentina fornece trigo; o Chile, pescados e frutas; o Paraguai, milho, soja e arroz; e o Uruguai, leite e malte.
A Unasul, criada em 2008, tinha como participantes Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Batalha do milho O governo mexicano quer proibir gradualmente a importação de milho geneticamente modificado dos Estados Unidos até o final de janeiro de 2024.
Batalha do milho 2 Os mexicanos compram anualmente um pouco mais de 20 milhões de toneladas do cereal dos EUA, principalmente de milho amarelo. Este é mais utilizado para o consumo animal, enquanto o do tipo branco, para consumo humano, é produzido localmente.
Batalha do milho 3 Comunicado do governo dos Estados Unidos afirma que a postura do México não é fundamentada na ciência e ameaça interromper bilhões de dólares no comércio agrícola bilateral.
Batalha do milho 4 As medidas mexicanas devem, ainda, causar sérios danos econômicos aos agricultores dos EUA e aos pecuaristas mexicanos. Além disso, vão sufocar inovações necessárias para ajudar os produtores a responder aos desafios climáticos e de segurança alimentar, afirma o comunicado do governo dos EUA.
Prejuízo grande Pelo menos 27% do milho exportado pelos norte-americanos têm como destino o mercado mexicano. Nessa briga, o Brasil, que aumenta a produção do cereal ano a ano, tem pouco a ganhar. O milho brasileiro também é transgênico.
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