Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Importação de agrotóxicos tem queda de 50% no ano

Compras de adubos também caem, mas receitas externas com agronegócio sobem

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As importações de agroquímicos caíram 49,9% nos quatro primeiros meses deste ano, em relação a igual período do ano passado. Dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta terça-feira (2) indicam compras externas de 81 mil toneladas de janeiro a abril, praticamente metade das 161 mil toneladas dos mesmos meses de 2022.

Os gastos com as importações, no entanto, recuaram em ritmo menor, uma vez que os preços permaneceram em patamares elevados em boa parte deste ano. Entre os produtos classificados pelo Ministério da Agricultura como agrotóxicos estão inseticidas, herbicidas, fungicidas, além de outros.

O Brasil também está importando menos adubo. Após a aceleração das compras no primeiro semestre do ano passado, a entrada de fertilizantes no país recuou para 10,4 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre, 7% a menos do que em igual período de 2022.

A invasão da Ucrânia pela Rússia provocou uma aceleração dos preços no ano passado. Neste ano, devido ao recuo dos preços, os gastos nacionais com a compra externa de adubos caiu para US$ 4,4 bilhões, 28% a menos.

Máquina aparece em um campo de cultivo lançando agrotóxico sobre a plantação. Acima dela, está um céu nublado.
Maquina agrícola lança agrotóxico em plantação na Chapada dos Parecis, na região das cabeceiras do rio Jauru - Lalo de Almeida - 20.mai.21/Folhapress

Além de uma queda nos gastos com importações, o saldo da balança comercial do agronegócio está sendo favorecido pela aumento das exportações. Nos quatro primeiros meses deste ano, os cinco principais produtos da balança do agronegócio renderam US$ 37,2 bilhões, 7% acima dos valores de janeiro a abril do ano passado.

Com safra recorde, o Brasil tem a possibilidade de colocar um volume maior de produtos no mercado externo. As vendas de soja, líder nas exportações, já somam 33 milhões de toneladas, 3% a mais, apesar do atraso na colheita em várias regiões do país.

O Brasil enfrenta, no entanto, uma realidade de preços diferente da de 2022. Em abril, os preços médios das carnes bovinas caíram 23%, em relação aos de igual mês do ano passado. A queda do algodão foi de 17%; a da soja, 8,3%; a do café, 8%, e a do milho, 7%.

As carnes, produtos que têm a segunda maior participação na balança do agronegócio, renderam US$ 6,5 bilhões no ano, 5% a menos do que em 2022. Queda de preço e interrupção das compras pela China, devido ao caso atípico de vaca louca, reduziram o volume e as receitas da carne bovina exportada.

Em abril, as exportações médias por dia útil dessa proteína caíram 26%, em relação às de 2022. No mesmo período, as de frango subiram 12%, e as de suínos, 20,4%.

Os dados da Secex mostram que as receitas com as exportações agropecuárias subiram 14% em abril, em comparação com o mesmo mês de 2022. O volume exportado teve alta de 17%, mas os preços médios recuaram 8% na média.

Uma das exceções foi o açúcar, que teve reajuste de 23% nos valores médios das exportações, mas o volume comercializado recuou 22%.

Em queda A saca de soja iniciou o mês abaixo dos R$ 140 no Paraná. A oleaginosa vem registrando uma forte queda nas últimas semanas, segundo acompanhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Em queda 2 A soja não registrava um preço tão baixo para o produtor desde setembro de 2020. Em março do ano passado, a saca chegou a atingir R$ 207 para os agricultores paranaenses.

Acompanha O milho também segue a soja na queda. A saca do cereal recuou para R$ 64,5 neste início de mês na região de Campinas (SP), o menor valor nominal desde outubro de 2020.

Acompanha 2 Segundo pesquisa do Cepea, a saca de milho chegou a ser negociada a R$ 104 em março do ano passado.

Safra farta Enquanto a produção de soja ficou próxima de 155 milhões de toneladas, o avanço da safra de milho indica projeções recordes de 126 milhões de toneladas para o cereal.

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