Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Apesar do clima, Paraná deverá ter boa safra de soja

Lavouras da região norte do estado vão bem e poderão compensar sul e sudeste

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Boa parte dos produtores de soja do Paraná pode passar por esse ano de dificuldades climáticas sem grandes traumas. Pelo menos é o que indicam as condições das lavouras de 2023/24 até agora.


No norte do estado, o quadro é excepcional, afirma Carlos Hugo Winckler Godinho, do Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná. Embora o produtor tenha tido dificuldades no plantio, devido ao tempo quente e a pouca chuva, as lavouras se desenvolvem bem.

Lavouras de soja no norte do Paraná - Mauro Zafalon/Folhapress


As duas últimas semanas de sol permitiram uma boa evolução das plantas, que cresceram e as copas delas se encontraram, mantendo o solo mais úmido e evitando a evapotranspiração.

No oeste do estado, o excesso de chuva provocou erosão em algumas áreas, obrigando os produtores a fazer um replantio. Os custos de produção subiram, mas as lavouras não apresentam grandes problemas, segundo o analista do Deral. O replantio de soja no estado deverá ser de 2%, prevê o Deral.

Já as regiões sul e sudeste do estado tiveram um cenário um pouco mais complicado, com pouca luminosidade. O sol dos últimos dias, porém, ajudou no desempenho das lavouras. As condições não são excelentes, mas podem ser classificadas como boas, afirma ele.

Godinho diz que ainda é cedo para uma avaliação de produtividade e de produção final no estado. Ele acredita, no entanto, que as perdas do sul e do sudeste possam ser compensadas por uma melhora na produtividade do norte do estado.

Plantação de soja no norte do Paraná
Plantação de soja no norte do Paraná - Mauro Zafalon

O Deral vai reavaliar as condições das lavouras ainda nesta semana, e os números podem mostrar que o Paraná, pelas condições atuais, volta a ter uma safra boa de soja. Não atingirá, no entanto, o recorde de 22,4 milhões de toneladas do ano passado.

No final de novembro, o Deral previa uma safra de 21,8 milhões de toneladas para 2023/24. A área de plantio teve um pequeno avanço, ficando em 5,81 milhões de hectares, mas a produtividade deverá recuar para 3.750 quilos por hectares.


Preços e custos de produção não incentivaram muito os produtores de milho da região. O cereal perde espaço para a soja no verão e para o trigo na safrinha.


Com a recuperação da safra no Sul, a produção de soja deverá subir para 46,5 milhões de toneladas nos três estados. Rio Grande do Sul e Paraná, com 21,8 milhões de toneladas, disputam a segunda posição, uma vez que a liderança nacional é de Mato Grosso, que produzirá 43,5 milhões.

A produção de soja no Sul volta para padrões normais na safra a ser colhida em 2024. Em 2022, devido à crise climática, o volume produzido foi de apenas 23,4 milhões de toneladas, só superior aos 18,6 milhões de 2012, período de longa seca.

Na avaliação do IBGE, a região Sul elevará em 20% a produção de 2024, enquanto o Centro-Oeste terá queda de 7%.

A Conab, devido ao calor intenso e a chuvas irregulares, principalmente no Centro-Oeste, reviu a produção de soja do país para 160 milhões de toneladas. O IBGE prevê 152,5 milhões.


Em vista da queda média dos preços da oleaginosa, o VBP (Valor Bruto de Produção) nacional da soja recua 5%, para R$ 318 bilhões no próximo ano.

O plantio nacional, estimado em 45,3 milhões de hectares pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), atingiu 94% na semana passada, segundo a AgRural.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.