Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Conectividade rural atinge apenas 19% da área agrícola produtiva

Indicador da ConectarAgro vai orientar política pública

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A era digital chegou, e as máquinas, a cada ano que passa, vão ao campo com maior sofisticação tecnológica. São novos equipamentos que elevam a produtividade e permitem um melhor aproveitamento das áreas cultivadas.

O Brasil, no entanto, ainda está distante de uma infraestrutura de conectividade que possa gerar um aproveitamento de todas essas novas funções das máquinas. É o que mostra o ICR (Indicador de Conectividade Rural) da ConectarAgro.

Apenas 19% da área disponível para o uso agrícola têm cobertura 4G no país. Já o total de propriedades com cobertura em toda a área de uso agropecuário atinge 37%. Em geral, essas propriedades dispõem de conectividade apenas nas sedes. A maioria delas está nas regiões Sul e Sudeste.

Robô agrônomo Solix em plantação em Araçatuba (SP) - Solinftec via Reuters

Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAgro, uma associação civil sem fins lucrativos e que busca uma expansão da conectividade em áreas mais remotas do país, diz que o setor está vivendo um novo momento.

Antes, a associação tinha muitas dificuldades para obtenção e avaliação dos dados. Agora, com base em dados oficiais, mas com metodologia científica, desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa, a ferramenta mostra o estágio em que se encontra cada município.

"O indicador torna mais assertivas as políticas públicas, uma vez que essa nova fase muda o panorama de discussão sobre a conectividade. Agora temos dados que mostram a realidade", diz Andrade.

Paola Campiello, que assume a presidência da ConectarAgro neste final de mês, afirma que o novo indicador será um balizador da necessidade de fomentos. Ele deverá capacitar agricultores e comunidades na era digital.

Para Ricardo Graça, do comitê técnico, é um índice inédito e avaliado de vários ângulos. O da produção mapeia, com dados do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e da Anatel, a área produtiva que tem 4G e 5G.

O grupo social aponta a conectividade em escolas de áreas rurais e em postos de saúde. O levantamento inclui, ainda, dados ambientais, apontando a conectividade em reservas oficiais, indígenas e nas áreas privadas obrigatórias.

Avalia ainda a infraestrutura, verificando se o município já possui fibra ótica, o que pode reduzir custos na implantação.

Com o objetivo de indicar a situação real da conectividade, o indicador aponta o cenário em todos os municípios e traz uma média por estado. A média do ICR por município ao nível nacional é apenas de 0,454, numa escala variável de 0 a 1. Quanto mais perto de 1, melhor a conectividade naquele município

O indicador da ConectarAgro tem um foco apenas no rural, diferentemente da avaliação da Anatel que avalia número de pessoas e qualidade dos serviços.

O indicador será constantemente atualizado e aberto para acessar todas as tecnologias que possam melhorar o sistema, segundo Renato Coutinho, diretor administrativo. O sistema da Starlink ainda não faz parte da ferramenta da ConectarAgro, mas poderá ser agregado.

A associação é composta por empresas de máquinas, como a AGCO e a CNH, de telecomunicações, como TIM e Vivo, além de AWS, Nokia e Solinftec.

MOMENTO NÃO É RUIM, MAS UM POUCO PIOR, diz diretor da John Deere

A retração nos preços das commodities gera uma perda de rentabilidade e pesa na decisão do produtor na hora da compra. Além disso, há uma expectativa de que os juros caiam, o que também poderá retardar a compra. "O momento, no entanto, não é ruim, mas apenas um pouco pior do que já foi", diz Marcelo Lopes, diretor de Vendas da John Deere Brasil.

Para ele, as perspectivas ainda são boas. A safra é grande e houve uma capitalização dos produtores nos anos recentes. Se a soja não vai tão bem como o esperado, outras culturas como cana-de-açúcar, café e algodão estão com cenário positivo, afirma.

Quanto à perda de renda e insolvência de produtores, ele acredita que haja mais barulho do que fatos. Alerta, no entanto, que esse barulho possa encarecer ainda mais o crédito.

Lopes fez as declarações durante a apresentação das novidades da empresa para o Agrishow. Uma delas é o conceito de motor a etanol para o setor agrícola. É um projeto de desenvolvimento global, que conta o apoio de engenheiros brasileiros.

Além de prioritário para a agricultura tropical, o novo motor é uma das alternativas para a descarbonização, segundo a empresa.

Durante o evento, o visitante poderá ver também o John Deere Precision Upgrades, um pacote de atualização das tecnologias avançadas em equipamentos de gerações anteriores.

Sobre conectividade, a empresa firmou parceira com a Starlink, da SpaceX, e os produtores poderão acessar a internet por meio da constelação de satélites de baixa órbita.

Na área de produção, a John Deere apresenta a colheitadeira X9, capaz de colher 100 toneladas de grãos por hora (1.670 sacas), com menos de 1% de perda, segundo dados relatados pela empresa.

Os tratores 9RX e a forrageira 9600 serão apresentados de forma virtual.

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