Vinicius Torres Freire

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vinicius Torres Freire

Saiba qual pode ser a equipe de Haddad na Fazenda

Convites formais dependem ainda de definições de outras pastas da área econômica

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Os nomes dos secretários do ministério da Fazenda vão dar pistas fortes do que deve ser o programa econômico de fato do governo Lula 3. Mas o comando e função do ministério do Planejamento também serão importantes. Como disse o próprio ministro nomeado para Fazenda, Fernando Haddad, a formação de sua equipe ainda depende do que vai ser feito do Planejamento, um mistério ainda grande. Na terça, Haddad dá entrevista.

Há nomes "sondados", segundo os chutes informados do entorno de Haddad e dos "sondados".

Para a Fazenda, ou talvez para o Planejamento, podem ir Bernard Appy, Bernardo Guimarães (colunista da Folha), Marco Bonomo e Felipe Salto. Breves perfis desses economistas seguem mais abaixo. Bonomo e Guimarães são pesquisadores reputados, "economistas padrão" ou, de acordo com o apelido simplório "ortodoxos".

Haddad ao lado de Lula ao ser anunciado como futuro ministro da Fazenda no CCBB em Brasília. - 09.dez.2022-Pedro Ladeira/Folhapress

Diz-se que o futuro ministro gostaria também de levar dois nomes "do mercado", de gente do setor privado, que talvez já estejam até definidos, mas guardados em segredo maior, até para não abalar os empregos dos "cotados" _ou "cotadas".

Um nome também citado é o de Gabriel Galípolo, 39, ex-presidente do Banco Fator, agora consultor e conselheiro da Fiesp. Galípolo ganhou a simpatia de Lula durante a campanha e o acompanhou em jantares com empresários. Já foi citado até para o BNDES, mas ninguém sabe dizer para onde iria.

Dele, Lula gostava de ouvir sugestões de como incentivar investimento, em combinações novas de incentivos e (pouco) dinheiro público com capital privado. É próximo de Haddad. Marcos Cruz foi secretário de Finanças de São Paulo na prefeitura Haddad (2013-16). Engenheiro da Unicamp com MBA pelo Insead, da França, foi sócio da consultoria McKinsey. Próximos dizem que Haddad gostaria de levá-lo para sua assessoria, mas também não se sabe bem onde. Pode ser mera chute do bolão dos "próximos".

Dois economistas do grupo de transição, Nelson Barbosa e Guilherme Mello devem ter postos —"algo" deve ser oferecido a eles. Mas não trabalhariam diretamente com Haddad.

Barbosa foi ministro do Planejamento e da Fazenda de Dilma Rousseff 2, entre vários outros postos nos governos Lula e Dilma 1. Formou-se em economia pela UFRJ e doutorou-se na New School (EUA), uma escola apelidada de "heterodoxa". Mello foi um dos formuladores do programa econômico da candidatura Lula, graduou-se em ciências sociais na USP e é doutor em economia pela Unicamp.

Nomes e funções estariam indefinidos também porque ainda faltam detalhes da distribuição de funções entre Fazenda, Planejamento e o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Luiz Inácio Lula da Silva deve conversar sobre o assunto com o ministro indicado Rui Costa (Casa Civil), Haddad e com Alckmin, que anda bem antenado com Haddad.

Bernardo Appy foi secretário-executivo do ministério da Fazenda, sob Antonio Palocci e Guido Mantega, de 2003 a 2008. Passou um tempo como assessor de Lula para a reforma tributária. Foi diretor da BM&F Bovespa (agora B3) e, depois um fundador do Centro de Cidadania Fiscal, centro privado de estudos dedicado à tributação.

É o líder do projeto de reforma tributária em situação mais avançada de tramitação no Congresso, que deve ser levado adiante por Haddad. Formou-se em economia pela USP e fez mestrado na Unicamp.

Bernardo Guimarães é professor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP). É um macroeconomista reputado, doutor pela Universidade Yale, ex-professor da London School of Economics. Seu tema principal de estudo envolve o problema mais imediato do governo: equilíbrio duradouro das contas públicas, além de política monetária. Graduou-se em engenharia de produção pela USP, onde fez seu mestrado em economia. Começou a escrever uma coluna nesta Folha em novembro.

Marco Bonomo é professor de finanças e economia monetária no Insper. Graduou-se e fez mestrado em economia na PUC do Rio; doutorou-se na Universidade Princeton. Está bem cotado para ser secretário de Política Econômica. Guimarães poderia trabalhar com ele, embora seja citado também para um posto no Planejamento.

Felipe Salto é o secretário da Fazenda do estado de São Paulo desde abril de 2022. Em 2015 e 2016, foi assessor econômico do senador José Serra (PSDB). De 2016 a 2022, foi o primeiro e até então único diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, ligada ao Senado, responsável por estudos fiscais independentes.

Graduou-se e fez mestrado em economia na FGV de São Paulo. É próximo de Geraldo Alckmin, que de modo breve e indireto tem citado um plano de Salto para o novo método de contenção do endividamento público (a "nova regra fiscal", algo que substitua o teto de gastos).

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.