A gestão João Doria divulgou nesta sexta-feira (13) que a cidade de São Paulo fechou o ano de 2017 com uma redução de 7% nas mortes de trânsito. Ao todo, o ano registrou 797 mortes do tipo, o que segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Trânsito) é o menor número desde 1979.

A redução é menor do que a sentida entre os anos de 2015 e 2016, quando o número de mortes caiu 13,9%, e entre 2014 e 2015, com queda de 20,6%. Os índices estão na contramão do aumento de mortes identificado nas marginais Tietê e Pinheiros.

Também caiu o total de acidentes na capital. Segundo a CET, em 2017 foram registrados 13.483 ocorrências ante as 16.052 do ano anterior.

Em 2017, os pedestres foram as vítimas mais frequentes no trânsito. No total, foram 331 mortes (contra 343 em 2016). Em segundo lugar, estão os motociclistas, com 310 mortes (contra 317 em 2016). Os ciclistas foram a única categoria do trânsito que viu o número de mortes subir, de 30 para 37.

Os números são próximos da base de dados Infosiga, mantida pelo governo do Estado que indicou uma redução de 7,06% de mortes na cidade em 2017. Os dois levantamentos têm metodologias diferentes, como o tempo em que acompanham o estado de saúde de uma vítima no hospital.

MARGINAIS

Em 2017, a Marginal Tietê registrou o maior número de acidentes fatais: 20 óbitos. Na sequência aparecem: avenida senador Teotônio Vilela (19); Marginal Pinheiros (14); estrada de Itapecerica (13); avenida Belmira Marin (9); avenida Jacu-Pêssego (9); avenida Sapopemba (8); avenida Marechal Tito(8); estrada do M’Boi Mirim (7) e avenida do Estado (7).

No ano passado, o número de acidentes com vítimas na Marginal Pinheiros caiu de 254 em 2016 para 227 em 2017. Na Marginal Tietê, as ocorrências com vítimas passaram de 218 em 2016 para 235 no ano passado.  Leia o perfil de 27 das 32 vítimas nas marginais em 2017.

As marginais foram as únicas na cidade que tiveram seus limites de velocidade aumentados, após uma promessa eleitoral feita pelo então prefeito João Doria (PSDB). A medida foi tomada, apesar do alerta de especialistas de que velocidades mais baixas nas vias evitariam mais mortes.

A CET e a atual gestão municipal, apesar do aumento de vítimas, dizem ter convicção de que as mortes não tiveram relação com o aumento das velocidades nas pistas. A companhia lista a imprudência e a inexperiência como fatores mais relevantes.

Uma reportagem da Folha em novembro mostrou que não há dados técnicos e objetivos capazes de isentar a velocidade como componentes dos acidentes com mortes nas marginais.