Cliente acusa funcionário do Burger King de chamá-lo de macaco em SP

Caso ocorreu na madrugada de sábado, segundo relato de universitário

São Paulo | Agora

Um estudante de relações internacionais afirma ter sido chamado de macaco após fazer um pedido em uma lanchonete da rede Burger King em São Paulo. O incidente ocorreu na madrugada de sábado, segundo relato postado pelo estudante, David Zambelli Jr., em uma rede social.

Nota do pedido de David Zambelli Jr. no Burger King o identifica como "macaco"
Nota do pedido de David Zambelli Jr. no Burger King o identifica como "macaco" - Reprodução/Facebook

David publicou uma foto da nota de seu pedido na lanchonete. No campo "cliente", lia-se, em vez de seu nome, "macaco". "É inadmissível que em pleno século 21, em 2018, ainda possa acontecer esse tipo de atitude racista", escreveu o estudante. "Até quando isso irá existir no Brasil?"

Seu pai, Luiz Paulo Lima, também postou a imagem. "Rompi o silêncio para denunciar uma instituição chamada 'Burger King'. A solução pedagógica é um processo criminal. Não tem outro caminho além de nunca mais botar os pés neste lugar. Vão sentir no bolso!", afirmou.

David escreve também que esteve na delegacia de repressão a crimes raciais e fez um boletim de ocorrência denunciando o episódio. Em nota, a Polícia Civil informa que o caso foi registrado como injúria racial, crime que está previsto no Código Penal e tem como pena de um a três anos de prisão, além de multa. 

Segundo a polícia, a vítima prestou depoimento e imagens da câmera de monitoramento do estabelecimento serão solicitadas para a identificação do autor.

A assessoria de imprensa do Burger King disse que afastou preventivamente o funcionário, mas ressalta que, segundo ele, o próprio cliente, que também já trabalhou na rede de lojas, deu as instruções, acompanhando “o registro do seu pedido e digitação do nome a ser chamado”. 

"Nos vídeos entregues às autoridades, é possível ver imagens do consumidor entrando ao lado do balcão e conversando com o atendente, onde ele acompanha o registro do seu pedido e digitação do nome a ser chamado", afirma a loja em nota. 

Questionado, David contou que trabalhou no local quando tinha 18 anos e foi em outra rede. “Eu não tenho motivo para armar isso. Tenho meu trabalho, estudo. Isso não tem cabimento”, disse.

O estudante David Zambelli Jr., vítima de injúria racial no Burger King
O estudante David Zambelli Jr., vítima de injúria racial no Burger King - Reprodução/Facebook
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