Descrição de chapéu Agora

Polícia detém suspeitos de pichar fachada do Pateo do Collegio em SP

Restauração da fachada deve começar na próxima semana em ação voluntária

Fachada do Pateo do Collegio, no centro de São Paulo, amanheceu pichado na última terça-feira (10)
Fachada do Pateo do Collegio, no centro de São Paulo, amanheceu pichado na última terça-feira (10) - Rivaldo Gomes - 10.abr.2018/Folhapress
São Paulo | Agora

A polícia deteve, na noite desta quinta-feira (12), um casal suspeito de participar da pichação na fachada do Pateo do Collegio, um dos principais pontos históricos do centro de São Paulo, na última terça (10). Os dois foram liberados após prestar depoimentos. 

Segundo a polícia, as investigações que levaram a prisão da dupla começaram nas redes sociais, até a identificação de três suspeitos. Um homem de 34 anos e uma mulher de 24 foram localizados e, de acordo com a polícia, confessaram participação na pichação. A terceira pessoa ainda não foi localizada. 

Além do Pateo do Collegio, a polícia suspeita que eles estejam envolvidos em outros atos de vandalismo, como na estátua do Borba Gato, no Monumento às Bandeiras, no Masp (Museu de Artes de São Paulo), no Fórum do Butantã, na Secretaria da Educação e no muro do Pacaembu. 

Na ação da última terça, os suspeitos teriam feito os moradores de rua que dormem no Pateo do Collegio levantarem e picharam, em letras gigantes vermelhas, a frase “Olhai por nois”. O local é tombado pelo patrimônio histórico.

As imagens do circuito interno do complexo mostram que um dos suspeitos assumiu o controle da pichação. Ele usou uma espécie de compressor e conseguiu esguichar tinta até a altura das janelas do primeiro andar da edificação.

Uma mulher teria filmado toda a ação. Moradores de rua, que lotam a praça do Pateo todas as noites para dormir, foram acordados com tinta no rosto, chegou a dizer o padre Carlos Alberto Contieri, diretor do Pateo. 

Pichar é crime no país. Quem for pego praticando o ato de vandalismo pode ser condenado entre três meses e um ano de prisão, de acordo com a lei de crimes ambientais. Os dois suspeitos detidos nesta quinta vão responder em liberdade.  

A restauração da fachada do Pateo do Collegio será iniciada na próxima semana em ação voluntária e coletiva. A direção do prédio histórico afirma que a reparação não é simples e pediu calma à população.

HISTÓRIA

O Pateo do Collegio está associado à fundação de São Paulo. O local escolhido para a construção do complexo foi estratégico porque é alto e era servido por dois rios importantes: Anhangabaú e o Tamanduateí.

Ali, os jesuítas criaram um colégio para catequizar índios. A missa em comemoração à abertura dessa pequena escola, em 1554, foi escolhida, anos depois, para marcar a fundação de São Paulo.

Dois séculos depois, os jesuítas foram expulsos do Brasil e o espaço do colégio virou sede do governo local --que funcionou até 1930. Por trás da parede branca em frente ao pátio, há a paróquia de São José de Anchieta e um museu.

O museu conta com coleções de peças de arte sacra, como crucifixos, oratórios e pias de água benta, além de pinturas dos séculos 17 e 18. No espaço ainda se pode ver, por fotos, mapas e maquetes, as mudanças arquitetônicas pelas quais São Paulo passou. Também guarda o manto do padre José de Anchieta (1534-1597), canonizado em 2014 pelo papa Francisco.

Já a paróquia ostenta uma relíquia para os católicos: o fêmur de Anchieta. O espaço é tombado pelo Condephaat (conselho estadual de defesa do patrimônio histórico).

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