Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Sete corpos são encontrados em praia da zona sul do Rio

Na sexta, confronto entre policiais e traficantes fechou o bondinho do Pão de Açúcar

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Policiais na praia Vermelha, na Urca, após confronto com traficantes na sexta (8) - Ricardo Moraes/Reuters
Rio de Janeiro

Dois dias depois de tiroteio entre policiais e traficantes na Praia Vermelha, na Urca, zona sul do Rio, sete corpos foram encontrados na região do confronto.

Na manhã deste domingo (10), seis corpos foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros perto de um costão rochoso. À tarde, o sétimo foi localizado por familiares em uma mata na região.

De acordo com a Polícia Civil, todos tinham marcas de tiros e testemunhas afirmaram que tinham ligação com o tráfico de drogas.

Na sexta (8), equipe do Batalhão de Polícia de Choque tentou chegar às comunidades pela mata, mas foi surpreendida por suspeitos no alto do morro e houve confronto. Um policial foi atingido por estilhaços de granada e sofreu ferimentos leves. Um suspeito foi preso. Em nota, a Polícia Militar não falou em mortes.

Até o início da noite, dois dos mortos haviam sido identificados oficialmente: Daniel Duarte e Natan Issac Sousa Santos, ambos de 27 anos. Os dois tinham passagem pela polícia por associação ao tráfico de drogas e organização criminosa, disse a Polícia Civil.

Uma terceira vítima foi identificada por parentes. Franklin Moraes Miranda, 29, teria ligação com o tráfico no Complexo da Maré e estaria na região como reforço à guerra entre facções rivais.

A perícia da Polícia Civil identificou que cinco dos mortos estavam vestidos com roupas camufladas e usavam capas de coletes à prova de bala. As mortes estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da capital.

Familiares das vítimas acusaram a polícia de execução. Uma parente de um dos mortos, que não quis se identificar, disse à Globonews que os agentes renderam os homens, mataram com tiro na cabeça e jogaram de cima da pedra. 

Os primeiros corpos foram encontrados após denúncia aos Bombeiros. Estavam em uma área de difícil acesso, em um costão conhecido como Pedra do Anil, entre a Praia Vermelha e o Leme.

No confronto de sexta, a polícia tentava uma incursão nas comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia, que ficam no Leme, pela mata que separa os dois bairros. 

Após o início do tiroteio, desceram para a Praia Vermelha, onde está o acesso ao Pão de Açúcar, um dos pontos turísticos mais movimentados da cidade.

Naquele momento, cerca de 100 pessoas visitavam o complexo e tiveram que esperar cerca de duas horas para poder descer. Pela primeira vez desde a inauguração, em em 1912, o sistema foi interrompido por episódio de violência.

O Aeroporto Santos Dumont, que fica no centro da cidade, também foi afetado. Decolagens foram suspensas por 15 minutos na tarde de sexta, pois a rota dos aviões passa perto da área do confronto.

Cercada por montanhas, a Praia Vermelha é uma área militar e sedia a Escola de Comando do Estado Maior do Exército. Nela, está o acesso ao bondinho do Pão de Açúcar, que encerrou as atividades mais cedo nesta sexta.

Moradores das comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira e do Leme vêm sofrendo com a disputa de grupos rivais pelo controle da região, que começou há cerca de um mês.

Segundo a plataforma colaborativa Fogo Cruzado, foram registrados ao menos oito tiroteios nas duas comunidades nos últimos 15 dias. ​

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