Bebê de sete meses morre vítima de infecção de sarampo em Manaus

Dados mostram que 25% dos municípios não atingiram metas de imunização

A baixa adesão à imunização contra gripe levou o Ministério da Saúde a liberar a vacina para mais grupos da população - Bruno Santos/Folhapress
 
 
Lucas Borges Teixeira
UOL

Um bebê de sete meses morreu de complicações do sarampo em Manaus nesta quinta-feira (5). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) é a primeira morte causada pela doença em 18 anos na capital. Na região Norte, Amazonas e Roraima enfrentam surto da doença.

A criança não havia ainda tomado a vacina tríplice viral —contra sarampo, rubéola e caxumba—, pois a primeira dose deve ser administrada aos 12 meses de vida e a segunda, aos 15 meses.

Com outros 270 casos confirmados da doença somente em Manaus e com a comprovação de surto em todo o estado pelo Ministério da Saúde, a Semsa informou que a procura pela imunização aumentou. De acordo com o órgão, desde o início de março deste ano, já houve 2.231 notificações de suspeita de infecção pelo vírus Morbilivirus.

"Esse crescimento no número de casos suspeitos aumenta a possibilidade de disseminação para outros estados do país e coloca em risco os compromissos para manutenção da certificação da eliminação da circulação do vírus do sarampo nas Regiões das Américas", informou a secretaria por meio de nota.

De 14 a 27 de abril de 2018, Manaus antecipou a campanha contra o sarampo, prevista para agosto. Para atender atender a procura pela vacinação e evitar que a doença se espalhe ainda mais, foram encaminhadas 487 mil doses da vacina para o Amazonas, segundo o Ministério da Saúde.

Vacinação infantil

​Segundo levantamento da Folha, um em cada quatro municípios do país tem cobertura abaixo do ideal em todas as vacinas obrigatórias para bebês e crianças.

A estimativa se baseia em dados do Programa Nacional de Imunizações, uma das principais estratégias de prevenção do SUS (Sistema Único de Saúde).

O quadro preocupa autoridades porque sinaliza uma ameaça de retorno de velhas doenças e de surtos daquelas nunca eliminadas.

Em 2017, 1.453 das 5.570 cidades brasileiras não atingiram as metas de cobertura para nenhuma das dez vacinas indicadas para crianças.

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