Hospital do Servidor Estadual, em SP, tem espera de 9 horas para atendimento

Demora foi provocada pelo desligamento do sistema informatizado, diz instituição

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São Paulo | Agora

Usuários do pronto-socorro do Hospital do Servidor Público Estadual, chegaram a esperar até quase nove horas para serem atendidos na instituição, na Vila Clementino (zona sul de São Paulo), entre a sexta-feira (31) e o sábado (1).

A reportagem esteve no local por volta das 23h da sexta-feira, e conversou com a filha de um gráfico aposentado de 76 anos que está com câncer em estágio terminal.

Recepção lotada e pacientes sentados no chão no pronto atendimento do Hospital do Servidor Estadual, Iamspe, na Vila Clementino - Alfredo Henrique/Folhapress

“Ele ficou muito tempo sentado e a perna dele chegou a inchar. Ele sente muitas dores [por conta da metástase]”, afirmou a administradora de empresas Kelli Luísa Colabuono, que acompanhava o idoso.

Segundo ela, o pai havia entrado no pronto-socorro por volta das 15h30 de sexta-feira. Na recepção, Kelli informou sobre a saúde delicada do parente, mas mesmo assim o idoso precisou aguardar quase nove horas para ser transferido para uma maca, como a reportagem testemunhou por volta das 23h50.

Neste sábado (1), segundo ela, o pai permanecia na enfermaria do hospital, aguardando a transferência para um quarto.

Ainda na sexta, a reportagem constatou que o sistema informatizado do pronto-socorro havia sido desligado “para manutenção”. Seria religado às 7h do sábado.

Durante esse período, os registros foram feitos manualmente, fazendo com que o tempo de espera aumentasse. “Estimamos que a espera é de pelo menos oito horas para primeiros atendimentos”, dizia trecho de cartaz anexado em terminais de atendimento da unidade.

Ainda dentro do pronto-socorro, um professor de artes de 54 anos aguardava sentado no chão para ser atendido. Estava havia quatro horas aguardando atendimento. Sofreu um acidente de bicicleta há cerca de um mês e, desde então, sente constantes “tonturas”. “Isso é um desrespeito”, disse.

O Hospital do Servidor afirmou que os pacientes foram “devidamente comunicados”, sobre o aumento no tempo de espera que ocorreria na unidade, provocado pelo desligamento do sistema de atendimento informatizado. “O hospital elaborou, ainda, um plano de ação para reduzir os impactos da operação manual”, diz a nota.

No pronto-socorro são realizados, diariamente, até 550 atendimentos, acrescentou a instituição. “Por isso, a unidade utiliza critérios de classificação de risco [...] para priorizar o atendimento dos casos mais graves e urgentes”, justificou.

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