Campanha contra sarampo e pólio termina com 14% das crianças sem vacina

Só seis estados atingiram meta de imunização de 95% do público-alvo, segundo Ministério da Saúde

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Brasília

Após dia extra na campanha, balanço do Ministério da Saúde aponta que mais de 9,5 milhões de crianças  entre 1 e 5 anos de idade tomaram vacina contra a poliomielite e o sarampo.

O índice equivale a 86% do público-alvo, formado por 11,2 milhões de crianças nessa faixa etária. Isso significa que cerca de 1,5 milhão, ou 14%, ainda não foram vacinadas. Nesta sexta (31), outro balanço mostrou que cerca de 2,2 milhões de crianças não tinham sido imunizadas —20% do público-alvo.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde após as 17h deste sábado (1º). 

A maioria dos estados está com a média de vacinação abaixo da meta de 95%, estipulada pelo Ministério da Saúde. Só seis chegaram a esse índice, de acordo com o boletim mais recente: Espírito Santo, Santa Catarina, Pernambuco, Rondônia, Amapá e Sergipe.

O objetivo da campanha é reforçar a imunização e conter o avanço do sarampo no país, doença que já leva a surtos na região Norte.

Em meio a essa dificuldade, o Ministério da Saúde passou a orientar estados e municípios que ainda não atingiram a meta de vacinar 95% das crianças para que mantenham postos de saúde abertos por horário estendido neste sábado (1º).

Na prática, a ideia era fazer um segundo “dia D” da campanha de vacinação. O primeiro ocorreu em 18 de agosto.

Segundo o Ministério da Saúde, na segunda-feira (3), a pasta avaliará qual será o próximo passo de mobilização para aumentar as coberturas vacinais no país.

REFORÇO 

Neste ano, a campanha de vacinação é “indiscriminada”, o que significa que mesmo crianças que estão com a carteirinha de vacinação em dia devem receber novas doses de reforço contra as duas doenças.

O objetivo é elevar a cobertura vacinal no país e reforçar a proteção de já vacinados. Desde fevereiro, o país já registra 1.553 casos de sarampo, com sete mortes. Outros 6.975 casos permanecem em investigação.

Já a poliomielite preocupa diante da queda nas coberturas vacinais, o que aumenta o risco de retorno da doença caso haja nova reintrodução do vírus no país e contato com não vacinados.

Durante a mobilização, a aplicação das doses tem esquemas diferentes dependendo da situação vacinal de cada criança.

Crianças que nunca tomaram nenhuma dose de vacina contra a pólio, por exemplo, devem receber uma dose da VIP (vacina injetável).

Já aquelas que já tiverem tomado uma ou mais doses recebem a VOP (vacina oral), conhecida como gotinha. A ideia é reforçar a imunização contra a doença.

Contra o sarampo, a campanha prevê que todas as crianças recebam uma dose da vacina tríplice viral. A exceção são aquelas que já foram vacinadas nos últimos 30 dias.

Segundo as secretarias de saúde, a vacina é contraindicada apenas para crianças imunodeprimidas, como aquelas submetidas a tratamento de leucemia e pacientes de câncer.

Já crianças alérgicas à proteína lactoalbumina, presente no leite de vaca, devem informar o quadro às equipes de saúde. Neste caso, elas recebem outra vacina contra sarampo, produzida pelo instituto BioManguinhos.

 
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