De playmobil a Atari, brinquedo antigo faz diversão de pais e filhos

Bonecos, games e carrinhos saem do baú de famílias e viram filão de lojas

Harry Avon Júnior com o filho Willian que gostam de brincar com brinquedos antigos
Harry Avon Júnior com o filho Willian que gostam de brincar com brinquedos antigos - Rubens Cavallari/Folhapress
William Cardoso
São Paulo

Os brinquedos antigos ainda fazem a alegria de pais e filhos que não se importam em deixar as modernidades tecnológicas de lado na hora de se divertir. São bonecos, carrinhos, peças para montar e videogames que em nada lembram as imagens ultrarrealistas que quase saltam das telas hoje em dia.

O que foi abandonado em algum canto cheio de poeira na casa de muita gente ainda pode trazer bastante felicidade. “Agora, ele está na fase do playmobil. Tenho o circo de 1974. Na sala, tem duas casinhas, hotel, cavalos. Ele chega da escola e a gente brinca de pegar o Coringa ou com os bonecos”, afirma o motorista de aplicativo e chefe de cozinha Harry Avon Júnior, 46 anos, pai de William, 5.

Fã de brinquedos antigos, Harry afirma que a festa é ainda maior quando outras crianças aparecem na sua casa “Um casal de amigos tem filhos que vêm e ficam loucos. Tenho um quintalzão para brincar, e a molecada pira”, fala.

Os brinquedos antigos também serviram para aproximar ainda mais pai e filho. “Ele interage muito com as pessoas, diferentemente de quem só joga videogame”, fala o pai. “Estou montando um carrinho de rolemã para ele. Senão gasta a energia, a criança fica muito pilhada.”

“Meus amigos nunca vêm jogar. Odeiam. Só gostam de videogame de tiro”, diz Renato Calaresi, 8, que é fã de Nintendos antigos, foge das armas e tem até um canal no Youtube (Renato 10). “Os jogos de hoje são violentos e eu não gosto de violência.”O personagem preferido de Renato é o Sonic. “Ele é rápido. Correr muito é meu superpoder favorito”, conta.

Mãe do garoto, a arquiteta Anna Carolina Calaresi, 46, diz que o interesse dele por games antigos surgiu por conta própria. “Quando percebemos que estava interessado em um jogo tranquilo, nostálgico, acabamos incentivando.”

Empresário do ramo de combustíveis e avicultor, Alex Mamed, 45 anos, tem como “superpoder” o fato de ser o maior colecionador de videogames antigos do Brasil, com mais de 450 aparelhos, incluindo o Robby Game, conhecido como “Atari Branco”, peça única no mundo. “É levar cultura para o filho, mostrar que tudo tem uma história, uma evolução”, diz Mamed, que hoje já tem filhos adultos que ainda curtem jogar com o pai.

A publicitária Denise Carvalho, 44 anos, e o empresário Delfim Carvalho Gonçalves, o Portuga, 46, montaram um ponto de encontro no Cambuci (região central) para quem ama brinquedos antigos.

O casal é dono da “Super Anos 80”, mistura de loja e museu com jogos, bonecos, carrinhos e videogames que fizeram sucesso no passado.“É um lugar que guarda momentos felizes das pessoas”, afirma Portuga. Os pais querem mostrar a infância que tiveram. Quando chegam aqui, os olhos deles brilham mais que os dos filhos”, afirma.

Além da compra, venda, troca e conserto de brinquedos antigos, a loja também disponibiliza videogames que fizeram sucesso no passado para quem pretende passar só um tempinho jogando (é possível jogar por R$ 2,50 a hora). “Recebemos desde senhoras que gostam de jogos de tabuleiro a adolescentes fãs de games”, afirma Denise.

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