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Justiça condena estado de SP a pagar R$ 150 mil a amiga de Eloá Pimentel

Nayara Silva foi baleada no maxilar durante sequestro da jovem em 2008

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A então adolescente Nayara Rodrigues da Silva acompanha reconstituição de sequestro, em Santo André (SP)
A então adolescente Nayara Rodrigues da Silva acompanha reconstituição de sequestro, em Santo André (SP) - Rivaldo Gomes/Folhapress
São Paulo | Agora

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o governo do estado, sob a atual gestão de Márcio França (PSB), a pagar R$ 150 mil de indenização a Nayara Rodrigues da Silva, amiga da jovem Eloá Pimentel, por danos morais, materiais e estéticos.

O governo do estado afirmou, por meio de sua Procuradoria-Geral, que “interpôs” um recurso especial “contra o acórdão e aguarda julgamento [do caso]”. A data para a avaliação do recurso, pela Justiça, ainda não foi definida, acrescentou.

Nayara foi baleada uma vez no maxilar por Lindemberg Alves durante o sequestro e assassinato de Eloá Pimentel, em 17 outubro de 2008, em Santo André (Grande ABC). O sequestro de Eloá durou quatro dias.

Durante este período, Nayara chegou a ser libertada por Lindemberg. Porém foi levada novamente ao cativeiro pela polícia. Lindemberg foi condenado a 98 anos de prisão, em 2012. A decisão para que o estado pague a Nayara foi assinada pelo desembargador Evaristo dos Santos e publicada em 19 de setembro.

Ele afirma que Nayara só foi ferida por conta “da conduta equivocada dos policiais militares que a levaram de volta ao local do crime [...] fazendo-a ingressar novamente no cativeiro”.

RELEMBRE O CASO

Eloá Pimentel, 15, foi rendida pelo ex-namorado no dia 13 de outubro de 2008 e mantida em cárcere privado por mais de cem horas dentro do apartamento em que morava em um conjunto habitacional do Jardim Santo André.

Na ocasião, a adolescente estava em companhia de três amigos —dois garotos, que foram liberados no mesmo dia, e Nayara Rodrigues, então também com 15 anos. Apesar de ter sido libertada após 33 horas de cativeiro, Nayara retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.

O desfecho do caso ocorreu na noite do dia 17 de outubro quando a polícia invadiu o apartamento, alegando ter ouvido um tiro de dentro do imóvel. A acusação diz que o rapaz atirou contra Eloá e Nayara, causando a morte da ex-namorada e ferindo a amiga dela na boca. A defesa admite o tiro em Eloá, mas nega intenção e o crime contra a amiga.

Durante as negociações, Lindemberg também teria atirado contra o sargento da PM Atos Valeriano. Ele foi o primeiro policial a chegar ao local e negociou a rendição de Lindemberg por cerca de 22 horas, até que o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) assumisse a ocorrência.

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