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Em São Paulo, equipamento do monotrilho se rompe a 15 metros de altura

Incidente nesta segunda-feira gerou lentidão nos trens e atrasos para passageiros até esta terça

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São Paulo | Agora

Um equipamento do monotrilho da linha 15-prata do metrô se soltou, ficou pendurado a 15 metros de altura do solo e interrompeu a circulação de trens entre as estações São Lucas e Vila União, em São Paulo. 

O incidente aconteceu na segunda (28) à tarde, por volta das 15h, mas os passageiros enfrentaram lentidão nos trens até esta terça (29) pela manhã. Partes da peça foram parar na avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, zona leste da capital. 

Segundo o Metrô, o equipamento que se soltou é chamado de "terceiro trilho" e é responsável por fornecer energia para os trens. Com isso, a circulação se deu com velocidade reduzida e maior tempo de parada nas estações.

O sistema Paese foi acionado para transportar os passageiros entre as estações com circulação suspensa. O Metrô afirma que a circulação dos trens no trecho entre as estações São Lucas e Vila União foi normalizada, que os reparos já foram realizados e que apura as causas do acidente.

O monotrilho da linha 15-prata é um exemplo de seguidas falhas de gestão. Apresentado como uma solução rápida e barata para ligar a Vila Prudente até a Cidade Tiradentes, virou uma obra demorada e cada vez mais cara.

A promessa de entrega da obra já mudou algumas vezes. Inicialmente, antes mesmo do atual edital, falou-se em 2012. A seguir, o prazo foi lançado para o final de 2015. A obra foi desmembrada, e a primeira etapa não tem nem prazo para ser concluída.

Uma das falhas mais graves foi no projeto. De repente, no meio da obra, engenheiros "descobriram" galerias de águas de um córrego embaixo da avenida paralela ao monotrilho. O governo fez um novo projeto e mudou o córrego de lugar.

Desde 2015, quando foi inaugurado, o trajeto do monotrilho era só um bate e volta de duas estações: Vila Prudente e Oratório. Mas, em abril, outras quatro estações foram inauguradas às pressas, num dos últimos compromissos de Geraldo Alckmin (PSDB) como governador, antes de se candidatar à Presidência. Ele estreiou as então inacabadas estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União.

As estações Fazenda da Juta, Jardim Planalto, Sapopemba e São Mateus, no entanto, ainda estão sem previsão de serem abertas. Isso porque o Metrô decidiu rescindir o contrato com a empresa Azevedo & Travassos, responsável pela finalização das obras e que diz enfrentar graves problemas financeiros.

A rescisão ainda está em andamento, e, para terminar o paisagismo, a ciclovia e as estações, haverá uma nova licitação —há um ano, o Metrô estimava que o monotrilho chegaria a São Mateus em junho. O outro trecho, até o bairro de Cidade Tiradentes, está com a construção suspensa. 

O orçamento também deve ultrapassar o previsto. Em 2013, o governo estadual prometeu gastar R$ 5,4 bilhões (R$ 7,4 em valores atualizados) para fazer a linha completa de Vila Prudente a Cidade Tiradentes. Hoje, o Metrô informa ter gasto R$ 4,5 bilhões para chegar só até Vila União, faltando ainda 11 estações até Cidade Tiradentes.

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