Lavagem das escadarias do Bonfim abre festejos em Salvador

Centenas de milhares de pessoas participaram da festa

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Salvador

Não havia trios elétricos, nem camarotes, nem artistas cantando nas ruas, mas centenas de milhares de pessoas espremeram-se no trajeto de 8 km entre a Igreja da Conceição da Praia e a Basílica do Bonfim, percorrendo as ruas da Cidade Baixa, em Salvador.

A Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (17), abriu a temporada de festas populares da Bahia mantendo a tradição de misturar catolicismo e candomblé, orações, protestos e batucadas, cerveja, banho de folhas e banho de cheiro.

E o Bonfim é apenas uma das festas calendário pré-carnavalesco. Cortejos de rua, ensaios de blocos, cordões tomam conta de da capital baiana e de cidades como Rio de Janeiro, Recife e Olinda nos próximos dias.

Na tarde desta quinta, depois do cortejo do Bonfim, Carlinhos Brown comandou a festa no Museu du Ritmo, a festa Enxaguada, com participações de Mariene de Castro, Diogo Nogueira, Péricles e Nelson Rufino.

Fiéis rezam ajoelhados na escadaria da Basílica do Bonfim - Elói Corrêa/GOVBA

Todos os anos, na segunda quinta-feira de janeiro, centenas de milhares de pessoas participam da procissão.

Ao final da caminhada entre as igrejas de Nossa Senhora da Conceição da Praia e do Senhor do Bonfim, as baianas, que abrem o cortejo, lavam a escadaria da basílica com água de cheiro. 

O ritual se repete há 274 anos, desde que a imagem do Senhor do Bonfim foi trazida de Portugal. 

A basílica foi construída no século 18, e é um dos símbolos do sincretismo religioso da Bahia. A lavagem teve início em 1773, quando  escravos foram obrigados a lavar a igreja para a festa do Senhor do Bonfim— que ocorria desde 1745 na igreja da Penha.

Adeptos do candomblé prosseguiram com a lavagem como parte da cerimônia das Águas de Oxalá. 

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