Descrição de chapéu Obituário Everaldo Lopes (1930 - 2019)

Mortes: Apaixonado por futebol, jornalista era enciclopédia do esporte

Everaldo Lopes virou nome da taça do segundo turno do campeonato do Rio Grande do Norte

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São Paulo

Quando criança, Everaldo Lopes costumava ver os jogos de futebol que aconteciam no estádio Juvenal Lamartine, em Natal, por cima do muro. Alguns anos depois, mudou para a beira do campo, como comentarista da Rádio Poti, ligada aos Diários Associados. 

Decidiu ser jornalista como o pai. Nascido em Recife, em 1930, Everaldo se mudou cedo com a família para a capital potiguar, por causa do trabalho de Pedro Lopes, que escrevia crônicas e assinava colunas com os pseudônimos Pierre e Sá-Poti. O filho, mais novo entre três, também fez carreira com humor e com a escrita, mas indo por outra área: o esporte. 

Foi repórter e colunista do Diário de Natal, onde criou a seção “Cartão amarelo”, e depois seguiu para a Tribuna do Norte, assinando a coluna “Apito final”. Tudo, enquanto seguia como funcionário público do INSS. Por anos, a rotina de Everaldo era de servidor durante o dia, jornalista à noite. Cobria os jogos de futebol e cedo estava em frente à banca para ver o jornal com a notícia. 

Apaixonado por futebol (especialmente pelo América), Everaldo parecia guardar toda a história do esporte na cabeça. Sabia nomes de jogadores, campeonatos, datas, e sempre tinha o rádio de pilha ligado a seu lado. 

Ajudou ainda a idealizar o Matutão, uma das competições mais conhecidas do Rio Grande do Norte, que revelava jogadores de cidades do interior. Em 2015, a taça do segundo turno do campeonato estadual passou a ter seu nome. Everaldo parecia guardar toda a história do futebol na cabeça. 

Everaldo dizia que andar era o melhor remédio. Tinha um rito de sair de casa — sempre de jeans, camiseta e boné — caminhar por 30 minutos até o Café São Luís, na cidade alta de Natal, falar com os amigos, e depois seguir para o Sebo Vermelho. 

No dia 26 de dezembro, por uma parada respiratória, morreu aos 88 anos. Deixou Bernardete, sua segunda esposa, quatro netos e seis filhos. Entre eles, Cinthia, que virou jornalista, como o pai. 

“As pessoas lembram que ele nunca teve uma palavra ríspida com alguém, nunca teve mau humor, nunca o vi triste. Sempre viu a vida com leveza”, conta ela. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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