Descrição de chapéu Obituário Kleane Alves Gomes (1998 - 2018)

Mortes: Afeita a pregar peças, goleira do Tocantins mirava a seleção

Kleane chegou a ser convocada para um período de treinamento na Granja Comary

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São Paulo

Os familiares de Kleane Alves caminhavam tranquilamente pela calçada do cemitério em Araguaína (TO) quando um vulto saltou por entre o muro quebrado, de dentro da necrópole. Pegos de sobressalto, todos se acalmaram ao ver que não se tratava de uma figura de outro mundo, mas da própria Kleane, afeita a pregar peças.

A menina achava a cidade pequena e queria ir para um lugar onde tivesse a chance de realizar o seu maior sonho: jogar na seleção brasileira de futebol feminino.

Na adolescência, foi então para Goiânia morar com o pai. Lá, conquistou uma vaga no Aliança, clube da capital, como goleira. Sua principal referência na posição era Bárbara, destaque da seleção nos Jogos Olímpicos do Rio.

No meio do ano passado, Kleane teve o maior reconhecimento do seu trabalho, com a convocação para um período de treinos na seleção brasileira sub-20. Mal acreditava —seus sonhos pareciam se tornar realidade.

Pouco depois desses dias de treinamento, porém, começou a se sentir mal. Largou o emprego que tinha em um restaurante para se cuidar em casa, mas só piorava. Fez exames e o resultado apontou uma leucemia.

Bem-humorada como sempre foi, fez o tratamento confiante na cura. Chegou a conseguir uma doação de medula, mas o doador desistiu do transplante próximo à data.

O recuo abalou Kleane, mas não sua fé. Cristã, seguia orando para que a vontade de Deus fosse realizada. E, como não podia deixar de ser, continuou também pegando no pé das amigas, familiares e da equipe de enfermagem que passavam os dias com ela no hospital. 

Sua marca, afinal, era a alegria. Diferente do constatado naquela calçada de Araguaína, Kleane talvez fosse sim de outro mundo.

Morreu precocemente no dia 9 de dezembro, aos 20 anos, em decorrência da leucemia. Deixa a esposa, Hewellin, a mãe Kleire, o pai Leonizar e a irmã Juliana. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado em versão anterior desse texto, Kleane era cristã, não católica. E ela não chegou a desmaiar no trabalho, mas sim se sentiu mal.

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