O talento vocal da sorocabana Deise Cipriano despontou logo cedo. O gosto pela música era algo comum na família —seus pais e avós eram músicos—, mas o timbre único da garota, considerado pelos familiares como um dom, sempre se destacou.
Inspirada em cantoras americanas, ela tinha Whitney Houston como ídolo. Era comum a cantora mirim segurar a atenção da família numerosa —seus pais tiveram nove filhos—, para vê-la cantar. Não raro, e mesmo sem saber inglês, ela emocionava e tirava lágrimas de quem a ouvia interpretar com precisão inúmeras canções.
Filha caçula, Deise passou a acompanhar uma das irmãs que já cantava em bares e pizzarias. Aos 11 anos, começou a dar mostras de sua voz nesses locais e chegou a receber o cachê em pizza.
A dupla acabou sendo convidada para ser backing vocal de Maurício Mattar. Com mais visibilidade, conheceram o empresário do Art Popular, que ajudou a dar início a uma banda brasileira de grande sucesso no fim dos anos 1990: o Fat Family.
"Ela poderia andar sozinha, se destacava por si, mas nunca quis estar na frente. Puxava os irmãos para o lado dela", lembra a irmã Suzete, uma das oito integrantes do grupo que tinha Deise como vocalista. Segundo ela, a irmã era bastante exigente e gostava de chegar aos melhores resultados.
Grande incentivadora da filha, Talita, que já dá seus passos na música, ela teve um sonho realizado quando a garota participou de um reality show musical na TV.
Evangélica após influência do amigo Vitor Belford, ela planejava gravar um CD gospel em 2019 e também o DVD de 20 anos do Fat Family.
Há seis meses iniciou uma luta contra um câncer no fígado, batalha encerrada no dia 12 de fevereiro. Ela morreu aos 39 anos. Deixa os pais, sete irmãos, a filha e o marido, Peter.
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