Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Bombeiros encontram 11ª vítima do desabamento no Rio; restam 13 desaparecidos

Prédios irregulares em áreas dominadas por milícia desabaram na sexta-feira

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Rio de Janeiro

Mais uma pessoa foi encontrada sem vida por conta do desabamento de dois prédios na comunidade de Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro, informaram os bombeiros nesta segunda-feira (15). 

Uma mulher adulta ainda não identificada é a 11ª morte confirmada nos escombros da tragédia, que aconteceu na manhã da última sexta (12). Nove dessas vítimas foram encontradas nas ruínas dos prédios, enquanto outras duas morreram em unidades de saúde.

Até o momento, também foram resgatadas dez pessoas feridas, mas com vida, encaminhadas a hospitais do Rio de Janeiro. Entre elas, estavam três crianças, sendo dois meninos e uma menina.

Entre a noite de sábado e domingo, trabalhando sob fortes chuvas a certa altura, bombeiros passaram mais de 24h sem encontrar novas vítimas. No sábado, ainda diziam ter esperanças de retirar sobreviventes dos escombros.

Os bombeiros acreditam que ainda existam 13 desaparecidos nos escombros. As buscas continuam, mesmo com ameaça de tempo chuvoso no Rio. O trabalho é feito com a ajuda de cães farejadores e moradores da região.

Os edifícios que colapsaram eram irregulares, como muitas das construções na área. A região é dominada por milícias, que atuam justamente na grilagem de terras e exploração imobiliária ilegal, além de cobrar taxas dos moradores.

Em janeiro, a operação Intocáveis mirou líderes milicianos que controlavam Muzema e a vizinha Rio das Pedras. Um deles é o ex-PM Adriano da Nóbrega. Foragido há quase três meses, ele foi companheiro no 18o Batalhão da PM de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sob investigação do MP-RJ, e tinha a mãe e a mulher nomeadas no gabinete do senador quando este exercia mandato na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). 

Adriano também foi homenageado por Flávio na Alerj com a Medalha Tiradentes e defendido pelo presidente Jair Bolsonaro em discurso na Câmara quando foi condenado por homicídio —caso no qual foi absolvido um ano e três meses depois.

O ex-PM é acusado de comandar a milícia das comunidades de Rio das Pedras e Muzema, local onde houve o acidente com duas mortes. As investigações do MP-RJ apontam que ele tinha liderança também na exploração de construções irregulares da região.

A Prefeitura do Rio de Janeiro afirma que o grupo paramilitar dificulta a atuação de fiscais do município na região. Segundo a gestão Marcelo Crivella (PRB), os dois imóveis que desabaram são irregulares.

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