Maior feira de armas da América Latina, no Rio, registra furto de pistola

Arma inoperante foi retirada de estande da Beretta antes do começo do evento no Riocentro

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Rio de Janeiro

Uma pistola foi furtada na manhã desta terça (2) antes da abertura da maior feira militar da América Latina, a LAAD, no centro de convenções Riocentro.

A arma estava sem parte de seu sistema de disparo, portanto não é capaz de atirar. Ela estava no estande da BDT, empresa italiana que une marcas famosas de armamentos como a Beretta e a Benelli. Segundo o Exército, que controla a entrada dos armamentos no local, não foi possível ainda localizar o criminoso.

Não é a primeira vez que o evento, bienal, sofre um ataque do tipo. Na edição de 2013, dois homens foram presos ao tentar furtar duas submetralhadoras.

O incidente ocorreu pouco antes de o evento ser aberto pelo general Hamilton Mourão, presidente interino. Ele estava acompanhado do ministro da Defesa, general da reserva Fernando Azevedo, e dos três comandantes militares do país. Eles estavam em um pavilhão diferente daquele em que o furto aconteceu.

Estande da BDT, de onde foi furtada uma pistola na feira militar LAAD
Estande da BDT, de onde foi furtada uma pistola na feira militar LAAD - Igor Gielow/Folhapress

A arma é uma pistola de 9mm avaliada em 400 euros (cerca de R$ 1.700). Apos o assédio da imprensa ao estande, as armas presas com cabo de aço para manuseio foram retiradas.

Além de Mourão e as autoridades militares, estavam na abertura o governador do Rio, Wilson Witzel, e o prefeito da capital, Marcelo Crivella.

Mourão falou na abertura, em um evento no qual a Marinha assinou a compra de quatro corvetas e, depois, fez um pronunciamento à imprensa. Não respondeu a nenhuma pergunta de jornalistas, mantendo-se longe das polêmicas da hora do entorno de seu chefe: o recuo na mudança da embaixada brasileira para Jerusalém, o vídeo celebrando a ditadura militar divulgado pelo Planalto e a concepção do chanceler Ernesto Araújo de que o nazismo foi um movimento de esquerda.

Em seu discurso no evento, Mourão elogiou os ganhos potenciais do investimento na indústria da defesa. “A arte da guerra foi e continua sendo a política continuada por outros meios, como disse [o estrategista militar prussiano Claus von] Clausewitz [1780-1831]”, disse.

Ele disse que o governo fará o possível para manter o nível de investimento das forças, que é dos mais baixos nos últimos anos. Em 2018, pouco mais de 10% dos R$ 102 bilhões destinados ao Ministério da Defesa foram aplicados em equipamentos. O grosso, 80%, ficou com pessoal e aposentadorias.

Mourão aproveitou para defender que o governo Jair Bolsonaro está empenhado em reformas estruturais. “Temos elevada expectativa que o Parlamento aprove a Nova Previdência e a reforma tributária.”

Para afastar rumores sobre sua evidência na ausência do chefe, Mourão disse duas vezes estar lá apenas representando Bolsonaro. Saudou o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, que já havia sio aplaudido como “exemplo” pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella.

Um dos mais respeitados militares do país, o general da reserva sofre de grave doença degenerativa que o mantém em uma cadeira de rodas com a respiração assistida. Hoje é assessor no Planalto.

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