Paulo de Campos tinha uma presença marcante. Com 1,82 m de altura, ganhava apelidos no aumentativo para combinar com a altura e com a personalidade carismática.
Era Paulão para os amigos e “Danadão” para os ouvintes das rádios de Araraquara (SP), em que atuou por anos como comentarista e narrador esportivo. A ideia veio da mania de chamar jogadores de “danado” quando algum fazia estripulias em campo —virou bordão.
Essa foi só uma parte da sua trajetória no esporte do interior de São Paulo. Foi goleiro, preparador físico e técnico de futebol em times como a Ferroviária e o Lemense. Gastou os pneus do carro viajando entre São Carlos, Matão e Araraquara para cumprir os compromissos profissionais.
Professor de educação física, levou para os times regionais sua metodologia, com planilhas e tabelas para o acompanhamento dos atletas —o que, nos anos 1980, era uma novidade.
Era o título de docente que levava com mais orgulho. Lecionou na extinta Escola Superior de Educação Física de São Carlos e em diversos colégios da região.
Depois de aposentado, mudou-se com a esposa, Neusa Moraes de Campos, e dois dos filhos para uma chácara no subúrbio de Araraquara, onde criava seus cavalos e cachorros.
Sempre tinha uma boa história para contar e era conhecido por seus causos. “No domingo, a gente sentava de manhã e ficava conversando até 23h”, conta a filha Rosane Moraes de Campos, 61.
Paulão morreu no dia 16 de setembro, aos 86 anos, de causas naturais. Viúvo, deixa duas filhas e duas netas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.