Deputados de oposição a Doria querem CPI sobre mortes em Paraisópolis

PSOL diz que combate a pancadões criminaliza funk; parlamentares vão se reunir com o Ministério Público

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São Paulo

Deputados de oposição se movimentam para criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as mortes de adolescentes em um baile funk em Paraisópolis, ocorridas após ação policial. 

A Bancada Ativista, do PSOL, fez requerimento da CPI para apurar o assunto. Para os membros do mandato coletivo, as ações policiais contra pancadões são criminalização do funk e da pobreza. 

"O que aconteceu foi uma tragédia, mostra o despreparo da polícia para lidar com o assunto, a criminalização da pobreza e do funk", diz Erika Hilton.  

Ela afirma que o programa de Doria contra os pancadões não se trata de combater o barulho, mas sim um ataque à cultura de jovens negros da periferia. 

O pedido de CPI será assinado pela deputada Mônica Seixas, que, oficialmente, responde pela Bancada Ativista na Assembleia. No total, a Bancada Ativista tem oito membros. 

Para que o pedido seja aprovado, são necessários 32 votos. Erika afirmou que acredita que a CPI pode ir para a frente, apesar da maioria da bancada de Doria e de membros da bancada da bala. 

Parlamentares do PSOL e do PT tinham reunião com o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Poggio Smanio marcada para tratar do assunto. 

"Há meses a Polícia Militar têm atacado os bailes funk, com apreensão de motos, carros e detenção de jovens, numa clara atuação preconceituosa e de marginalização da juventude negra periférica", afirmou o líder do PT na Assembleia, deputado Barba, em nota. 

O partido também enviou ofício a integrantes do governo Doria, cobrando que as investigações sejam acompanhadas por entidades da sociedade civil, como Ordem dos Advogados do Brasil e a comissão de Direitos Humanos da Assembleia. 

Um dia após ação policial em um baile funk terminar com nove pessoas mortas em Paraisópolis, o governador afirmou que as políticas de repressão aos pancadões não vão mudar no estado.

“As ações na comunidade de Paraisópolis e em outras comunidades de São Paulo, seja por obediência da lei do silêncio, por busca e apreensão de drogas ou fruto de roubos, vai continuar. A existência de um fato não inibirá as ações de segurança. Não inibe a ação, mas exige apuração”, afirmou Doria em entrevista coletiva nesta segunda-feira (2). 

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