Até 1996, Laercio Shiya foi um homem do campo e tinha paixão pelas funções que desempenhava.
A partir de um convite feito pelo próprio patrão, que na época fundava a cervejaria Colorado (já vendida à Ambev), tornou-se mestre cervejeiro.
Foi o primeiro funcionário contratado da empresa onde permaneceu até dias antes da morte, em 2 de fevereiro.
Ele nasceu em Boa Esperança (PR), mas viveu em Cajobi (422 km de SP), Frutal (MG) e Ribeirão Preto (313 km de SP).
Apelidado de japonês da Colorado, sua figura simpática o levou a ser o símbolo da marca. Fazia as visitas guiadas na empresa, ficou popular nas redes sociais e foi garoto-propaganda em uma campanha publicitária.
Laercio era casado pela segunda vez e estava havia 12 anos com a diarista Isabel Cristina Pugliesi Shiya, 54. Eles se conheceram por causa de um telefonema errado.
"Encontrei uma amiga na rua e trocamos telefone para combinarmos de sair juntas. Um numeral do telefone dela estava errado e a ligação caiu na casa do Laercio. Começamos a conversar e viramos amigos. Depois, namoramos e nos casamos", conta Isabel.
"Ele não tinha dimensão do ser especial que representava. Era humilde, alegre, objetivo e sensato. Éramos parceiros, uma equipe de dois, como ele costumava dizer. Tínhamos sonhos em comum, como mudar de cidade, viajar e conhecer outras cervejarias pelo mundo", afirma.
Laercio Shiya praticava atividade física. Caminhava três vezes por semana e jogava bola aos domingos. No último jogo que participou com os amigos, seu coração resolveu parar. Morreu aos 58 anos. Deixa esposa e dois filhos.
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