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Governo suspende viagens internacionais de ônibus por coronavírus

ABC Paulista suspende transporte municipal; governadores interrompem interestadual

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São Paulo

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) suspendeu por 60 dias as viagens internacionais via ônibus que saiam ou que cheguem ao Brasil, para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

A resolução foi publicada na edição desta quarta-feira (18) do Diário Oficial da União. A norma pode ser prorrogada para além dos dois meses previstos.

Passageiros que tiverem comprado bilhetes podem pedir reembolso ou remarcá-los sem custos, de acordo com a agência, responsável por regular o transporte terrestre no país.

As viagens interestaduais continuam, segundo o órgão, ao contrário do que dizem alguns governos estaduais.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), determinou a suspensão por 15 dias de linhas de ônibus interestaduais com origem em estados com casos confirmados de coronavírus, como São Paulo.

Já não é possível encontrar passagens em portais e guichês de companhias de companhias que fazem essa linha. Ele também mandou suspender viagens da capital e região metropolitana para o interior, pelo mesmo período.

Em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (PSL) também mandou suspender, por sete dias, viagens interestaduais e intermunicipais que tenham o estado como origem ou destino.

Em São Paulo, a Artesp (agência reguladora estadual) autorizou que as empresas reduzam em até um terço as viagens de ônibus interestaduais.

A ANTT afirmou, porém, que "a competência para suspender a operação de transportes rodoviário de passageiros (ônibus) interestadual e internacional é exclusivamente da ANTT".

ABC Paulista suspende transporte público

Em SP, os municípios do Grande ABC (Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) decidiram suspender o transporte público municipal gradativamente até 28 de março e totalmente a partir do dia 29, por tempo indeterminado.

Prefeito de Rio Grande da Serra e atual presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, onde se reúne o executivo das sete cidades, Gabriel Maranhão afirma que foi preciso tomar a atitude, considerada drástica por ele mesmo, pela alta quantidade de casos na região.

Questionado sobre o impacto na economia que a medida causa, ele afirmou que é preciso pensar antes na saúde. "A gente está passando por um estado de guerra. Nesse primeiro momento, a gente se preocupa com a vida e a saúde da população", afirmou.

Ele disse que vai pedir o mesmo ao governo estadual e que espera "uma atitude mais proativa e eficiente do governo federal".

As cidades transportam, juntas, 14 milhões de passageiros por mês, afirma ele, e concentram 432 mil idosos. "A gente não quer cometer o mesmo erro da Itália, não quer ter o que se vê hoje na Europa. Temos dez casos confirmados no ABC Paulista. A gente sabe que a melhor forma de evitar que a população pegue é ficar em casa e evitar o contato", afirmou.

A NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) estima que o agravamento da doença pode fazer os sistemas municipais perderem mais de 50% dos passageiros.

O órgão já vê uma queda de 30% nos últimos dias, metade disso reflexo do fechamento das escolas. A entidade diz que vai pleitear junto ao governo federal a criação de um fundo de emergência para complementar o déficit previsto entre custos e receitas das empresas de transporte público coletivo urbano.

​A Secretaria dos Transportes Metropolitanos de SP informou na terça que o fluxo de passageiros no Metrô, CPTM (trens) e EMTU (ônibus para a região metropolitana) caiu 20%.

O trânsito na capital paulista ficou na manhã desta quarta-feira bem abaixo da média.

Às 9h30 havia só 2 km de vias congestionadas, enquanto a média neste horário fica entre 56 e 82 quilômetros.

Essa redução acontece mesmo com a liberação do rodízio de veículos —sistema que impede a circulação de carros de determinadas placas em determinados dias da semana, criado para diminuir o trânsito na capital.

A queda do movimento também pode ser vista no trânsito de bicicletas —a prefeitura tem três contadores em ciclovias da cidade.

Na terça-feira, passaram 3.641 ciclistas pela ciclovia da avenida Faria Lima (a mais movimentada da cidade). Na terça-feira anterior, 10 de março, passaram por aquela ciclovia 7.499 ciclistas, mais que o dobro.

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