Descrição de chapéu Obituário Alfredo Durães de Oliveira (1964 - 2020)

Mortes: Da irreverência à crítica, conquistou amigos e leitores

Alfredo Durães trabalhou mais de 25 anos no jornal O Estado de Minas

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São Paulo

Desde criança, Alfredo Durães demonstrava que seria jornalista. Nas brincadeiras de infância, entrevistava as pessoas e nas aulas de português dominava a escrita.

A irmã, a pedagoga Valéria Durães, 53, lembra que certa vez sua mãe fora chamada na escola por causa de uma redação sobre o Dia do Trabalho.

A direção do colégio onde estudava considerou seu texto subversivo. Na época, Alfredo já tinha uma visão crítica sobre a realidade social do país.

Nascido em Belo Horizonte (MG), Alfredo cresceu feliz. O primeiro emprego foi numa banca de revistas.

Alfredo Durães de Oliveira (1964-2020)
Alfredo Durães de Oliveira (1964-2020) - Arquivo pessoal

Ao longo da vida, desempenhou outros trabalhos, entre eles, para a construção de uma linha férrea pela Mendes Júnior.

Pela empresa, morou três anos no Iraque. Quando retornou ao Brasil, conseguiu uma vaga em uma emissora de rádio e depois entrou para o setor de publicidade do jornal O Estado de Minas.

Como estudava jornalismo, logo passou para a redação, no caderno de turismo, e integrou o time de repórteres. Dedicou-se ao veículo por mais de 25 anos.

Suas reportagens enchiam os olhos dos leitores com os relatos dos locais que descrevia com tanta vivacidade.

Jornalista boêmio, era espirituoso, inteligente e carismático. Figura rara, sempre foi um entusiasta do trabalho dos colegas. Irreverente e de humor ácido, sempre lançava sua visão crítica dos acontecimentos.

Alfredo era aquele cara que te arrastava para uma festa, mas nunca deixava de olhar para os mais necessitados.

“Apesar de não ser católico, Alfredo era cristão, porque pregava o amor. Ele juntava as latinhas das cervejas que bebia, colocava no carro e distribuía aos catadores pelo caminho”, conta a esposa, a jornalista Janaína Vasconcelos Alves, 42.

Ambos se conhecerem em frente à máquina do cartão de ponto do jornal. “Eu tenho uma boa notícia para te dar: estou de folga amanhã”, disse Alfredo à Janaína. E o primeiro encontro do casal foi regado a fígado com jiló, no Mercado Central.

Alfredo Durães morreu dia 22 de maio, aos 56 anos. Ele sofreu um aneurisma seguido de AVC. Deixa esposa, os pais e quatro irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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