Onda de calor faz temperatura chegar a 44,1°C no Centro-Oeste do país

Em São Paulo, recordes foram batidos em regiões como Lins, Jales, Presidente Prudente e Bauru

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Ribeirão Preto

A onda de calor que atinge parte do país fez São Paulo e Mato Grosso do Sul baterem recordes históricos absolutos em muitas cidades, num fenômeno que deverá se manter pelos próximos dias.

A previsão é que ao menos até esta sexta-feira (2), o Centro-Oeste registre temperaturas até cinco graus acima da média histórica. Os termômetros alcançaram 44,1ºC em duas cidades sul-matogrossenses.

De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), foram registrados nesta quarta-feira (30) recordes históricos em Coxim e Água Clara. Até então, a maior temperatura tinha sido de 43,8ºC em Corumbá, em novembro de 1962.

Em Campo Grande, os termômetros marcaram 40,8ºC. Já em Mato Grosso, Cuiabá e Rondonópolis registram nesta quinta-feira (1º) temperaturas acima de 40ºC.

caminhão passa em rua ao lado de termômetro que marca 41 graus
Termômetro na avenida Luiz Dumont Vilares marca 41ºC em São Paulo nesta quarta-feira (30) - Rubens Cavallari/Folhapress

O fenômeno está ocorrendo, segundo o meteorologista Diogo Arsego, do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), devido a fatores como a ausência de chuvas, baixa umidade relativa do ar, pouca ou nenhuma nebulosidade e à maior duração dos dias.

“Ao contrário do inverno, em que as noites são mais longas, agora os dias passam a ser mais longos conforme o verão se aproxima, o que significa que o período do dia em que recebemos calor, energia, é maior”, afirmou.

Em São Paulo, cidades como Lins (41,9ºC), Jales (41,7ºC), Ibitinga (41,7ºC), Votuporanga (41,3ºC), Presidente Prudente (40,7ºC), Catanduva (40,5ºC), Bauru (40,4ºC) e São Simão (40,4ºC) tiveram recordes de temperatura, ainda segundo o Inmet.

Em Lins e Jales, as temperaturas são as mais altas em 14 anos de registros. Já em Presidente Prudente, Catanduva e São Simão, são recordes desde 1961, quando os dados passaram a ser disponibilizados. Em Votuporanga e Ibitinga, é a maior marca desde 2007 e, em Bauru, a mais alta desde 2001.

A temperatura em Lins é a terceira mais alta da história do estado, abaixo apenas de duas temperaturas registradas em Iguape: 43ºC em fevereiro de 1933 e 42,1ºC em janeiro de 1956.

Na capital, foi o segundo dia mais quente em 78 anos, com 37,1ºC na estação localizada no Mirante de Santana (zona norte de SP), abaixo apenas dos 37,8ºC de 17 de outubro de 2014.

A forte seca é apontada como um dos fatores para a rápida propagação de um incêndio que atingiu a plataforma da estação ferroviária Carlos Gomes, em Campinas, num acidente que resultou ainda em dois carros queimados e em danos em uma locomotiva histórica.

Estação de trem com telhado da plataforma caída
Cobertura da plataforma de embarque da estação Carlos Gomes, em Campinas, caiu após incêndio nesta quarta-feira (30) - Divulgação/ABPF

Conforme Arsego, o sul de Goiás também tem apresentado temperaturas mais elevadas e é comum após o fim do inverno as temperaturas máximas ficarem de três a quatro graus acima da média no Centro-Oeste e no Sudeste.

“À medida em que vão se sucedendo os dias mais secos, a situação vai se agravando. Só vai se modificar a partir do momento em que tenha um sistema que rompa esse bloqueio e traga mais nebulosidade, mais condição de chuva.”

A previsão é que isso ocorra principalmente a partir do final de semana em regiões como Vale do Ribeira, São Paulo, Campinas, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro, com a chegada de uma frente que deverá provocar ligeira queda na temperatura.

Em regiões como a de Ribeirão Preto, o cenário, de acordo com o meteorologista, só deve se modificar a partir do dia 11.

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