Descrição de chapéu Obituário Maria Amorim (1917 - 2021)

Mortes: Atravessou os 100 anos com ginástica e amor pela vida

A aposentada Maria Amorim praticou exercícios físicos até 102 anos

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São Paulo

A dona Maria Amorim era um exemplo de vitalidade e disposição. Pelo menos três vezes na semana ia à academia, onde praticava musculação e exercitava-se na esteira e na bicicleta. A idade do corpo físico, 102 anos, acompanhava a juventude da mente.

Aluna exemplar e querida na academia, quando completou 100 anos Maria ganhou uma festa e um plano vitalício para continuar os treinos.

A receita para manter a lucidez nessa idade e com saúde a própria Maria deu quando foi entrevistada por um programa de televisão: “nunca fumei, nunca bebi e cuidei da minha alimentação a vida inteira”, disse na época. Na lista para garantir a vitalidade também estavam amar a vida e não carregar mágoas.

Apesar de morar sozinha, a solidão nunca fez parte da sua rotina. Independente, era caprichosa com a casa, fera no crochê e na pintura de quadros e porcelanas, além de costurar como ninguém.

Maria Amorim (1917-2021)
Maria Amorim (1917-2021) - Arquivo pessoal

​Natural de Guará (a 400 km de SP), Maria passou a infância numa fazenda. Era a segunda mais velha entre oito mulheres. Também morou em Franca e Ribeirão Preto, onde se formou em Contabilidade.

Com o diploma do curso superior em mãos, mudou-se para São Paulo e trabalhou na Secretaria Estadual da Fazenda como coletora e julgadora de processos. Foi seu único emprego. Aposentou-se na década de 1970.

Pouco depois que perdeu o pai, nos anos 1950, pediu licença do trabalho e deu uma volta ao mundo de navio. Durante o passeio, fez amizade com pessoas de vários países.

Maria praticou ioga durante 30 anos, a partir da aposentadoria. Desde meados de 1998 frequentava a academia.

“Ela tinha uma agilidade e energia de causar inveja. Só parou os exercícios quando caiu e quebrou o fêmur. Passou por cirurgia para a colocação de pinos, e fisioterapia. Apesar de não ter ficado dependente de cadeira de rodas, foi obrigada a levar uma vida mais pacata”, conta a tradutora de filmes e documentários para dublagem, Denise Amorim Soares, sua sobrinha. “Se eu a convidasse para saltar de paraquedas ela toparia”, completa.

Maria era geniosa e impunha respeito, mas divertida e leve. No anonimato, ajudava famílias carentes.

Maria Amorim morreu dia 20 de agosto, aos 103 anos, de insuficiência respiratória. Solteira, deixa uma irmã e sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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