O engenheiro Adilson Antonio Pinto sabia agir com racionalidade, mas seu coração nunca deixou de pulsar mais forte quando encontrava um ser humano que precisava de sua ajuda. Tal fato ajudou a explicar as inúmeras manifestações de carinho que a família recebeu com a sua morte.
Adilson morreu dia 26 de outubro, aos 80 anos. Com saúde debilitada, o quadro se complicou e ele teve falência múltipla dos órgãos.
Natural de São Sebastião da Grama (a 250 km de SP), Adilson era o terceiro mais velho entre seis filhos de um casal de descendentes de imigrantes —português por parte de pai e italiano pela mãe.
Como os pais eram comerciantes, Adilson iniciou a vida profissional muito jovem, auxiliando na venda da família e com aulas particulares de matemática.
Com cerca de 15 anos, mudou-se para a casa de parentes em São José do Rio Pardo (a 254 km de SP), onde continuou como professor para se sustentar, e depois fixou residência em São Paulo.
Adilson cursou engenharia mecânica —começou na USP e terminou numa faculdade em Mauá (Grande São Paulo)— e continuou a dar aulas de matemática para se sustentar.
Das boas lições que deixou aos filhos, uma delas foi a importância do trabalho. Após trabalhar em grandes empresas, como a Pirelli e a Bayer, Adilson se aposentou e começou a prestar consultoria à uma empresa de jardinagem e paisagismo. Foi assim até os 80 anos.
Habilidoso com a matemática também quando aplicada à vida, Adilson atribuiu maior valor à família e viveu para a esposa e os filhos.
"Meu pai foi um homem honesto, nunca aceitou passar por cima de ninguém para chegar a qualquer lugar e respeitou a todos. Era livre de preconceitos. Nos ensinou a lutar até o último instante", diz o advogado Alexandre Berthe Pinto, 45, um dos filhos.
Suas paixões estavam na pescaria e na arte de cozinhar, principalmente para a família. O bife tartar —um prato alemão— e o churrasco eram sua especialidade.
Adilson deixa a esposa e três filhos.
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