Gestão Doria gastou menos da metade do orçamento para obras antienchente

Em 2021, a secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente usou 45% do montante aprovado pelos deputados estaduais

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São Paulo

A gestão do governador João Doria (PSDB) gastou menos da metade do orçamento previsto para obras de infraestrutura antienchente em todo estado de São Paulo em 2021. Dos R$ 996,9 milhões aprovados pelos deputados estaduais, foram gastos R$ 453,2 milhões, ou seja, 45% do total.

No ano anterior, o percentual gasto em relação ao orçamento disponível foi ainda menor, 18% dos R$ 718,1 milhões destinados para combater os problemas causados pelas enchentes.

Equipes de resgate e moradores procuram vítimas em deslizamento
Chuvas intensas provocam deslizamento em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

As fortes chuvas que atingem São Paulo desde o último fim de semana já causaram 24 mortes, entre elas, de oito crianças. São 27 os municípios paulistas afetados. No total, desde o início de dezembro de 2021, 29 óbitos já foram registrados em decorrência das chuvas no estado.

Em janeiro, a capital paulista registrou precipitação de 382,2 mm, a maior desde 2017, ano em que foram contabilizados 454 mm, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). ​

O número de mortes no estado em decorrência de chuvas é o mais alto desde o verão de 2018/2019, quando 38 pessoas morreram em deslizamentos e outros desastres causados pelas precipitações.

Nos últimos dez verões, 223 mortes foram confirmadas em decorrência de alagamentos e deslizamentos, segundo a operação Chuvas de Verão no estado.

Em nota, a secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, responsável pelas obras antienchente em São Paulo, afirmou que investiu R$ 333 milhões no combate às enchentes em 2021 e aumentou a execução orçamentária em 33% em comparação com 2019.

De acordo com a secretaria, o montante não foi somado aos R$ 453,2 milhões gastos no orçamento de 2021 porque foi destinado a obras contratadas no fim de dezembro.

Trata-se da construção de dois piscinões em Franco da Rocha, na região metropolitana, e outro no ABC, no limite entre São Paulo, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo.

Segunda pasta, as obras não foram iniciadas em 2021 porque a Caixa Econômica não liberou o financiamento.

A cidade de Franco da Rocha foi uma das mais castigadas pelas fortes chuvas do fim de semana. O município foi o que registrou o maior número de mortes, oito.

Além de Franco da Rocha, desde a última sexta-feira (28), a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros confirmaram mortes nas cidades de Francisco Morato, Embu das Artes, Arujá, Várzea Paulista, Jaú e Ribeirão Preto.

Nesta segunda-feira (31), Doria anunciou o repasse de R$ 15 milhões para as prefeituras dos dez municípios mais afetados pelas enchentes e deslizamentos.

Entre as vítimas, está a família inteira de Ricardo Eugênio dos Santos, 41. Ele, a mulher, Tatiane Aparecida dos Santos, de 30 anos, e os três filhos, um bebê de um ano e dois meses, uma criança de 10 e outra de 12 anos, morreram soterrados na cidade de Várzea Paulista.

O alerta de chuvas intensas com grande perigo se mantém para a maior parte do estado de São Paulo pelo menos até terça-feira (1). As informações são do Inmet.

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