Descrição de chapéu Rio de Janeiro Alalaô

Foliões vão a Carnaval privado no Rio, mas criticam 'privatização da festa'

Alguns dos participantes dizem se sentir mais seguros em locais fechados, pelo comprovante de vacina

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Bianca Guilherme
Rio de Janeiro

Marchinhas de carnaval, luzes neon, roupas coloridas, muito brilho no palco e na pele. Com o Carnaval de rua cancelado após uma nova escalada dos casos de Covid-19, foliões do Rio de Janeiro aproveitaram o período carnavalesco para curtir festas em eventos privados.

A Folha acompanhou o Auê Festival, um dos principais festivais de Carnaval do Rio. Neste domingo (28), a festa teve apresentações do bloco Amigos da Onça e de Os Gilsons. O festival acontece no Armazém da Utopia, na região do Porto do Rio de Janeiro, com ingressos que variam entre R$ 120 e R$ 160.

A organização do evento exigiu o certificado de vacinação com ao menos duas doses do imunizante contra a Covid-19, conforme determinações da Prefeitura do Rio. Foram disponibilizados álcool em gel e pias com água e sabão, mas a maioria dos foliões não seguiu a recomendação de permanecer usando máscara durante o evento.

Grupos de foliões em pátio de casa de show
Festa privadas de Carnaval Auê Festival reúne foliões no Rio de Janeiro - Bianca Guilherme / Folhapress

Para evitar aglomerações, a organização da festa decidiu espalhar os bares e áreas de entretenimento da festa em espaços separados e distantes entre si. Em uma destas áreas, quatro maquiadores estavam disponíveis para fazer maquiagens com glitter e em neon.

Foliões lamentaram o cancelamento do Carnaval deste ano no Rio de Janeiro e disseram sentir falta da festa nas ruas. Mas parte deles argumentou que, diante do atual cenário da pandemia, era mais seguro curtir o Carnaval em um espaço fechado e com exigência do passaporte da vacina.

Foi o caso diretora de audiovisual Shirlene Paixão, 33, disse que decidiu sair do isolamento pela primeira vez e encontrar amigos no festival.

"Essa foi uma decisão em nome da minha saúde mental, em nome da confiança na ciência e na vacina", disse. Ela afirma que ainda está receosa de ter contato com foliões que não tomaram a vacina, por isso optou por passar seu carnaval em um local que exige o comprovante.

O arquiteto Enzo Nercolini, 26, veio de São Paulo para aproveitar o feriado e curtir o Carnaval no Rio de Janeiro pela primeira vez. Não se arrependeu: "Dizem que está diferente dos outros anos, mas estou gostando muito dos eventos", disse.

Rômulo Vila Nova, 33, por sua vez, criticou o cancelamento do Carnaval de rua no Rio de Janeiro e disse não ver sentido nas restrições, já que parte do público está trabalhando em formato presencial e também usa o transporte público no dia a dia. Disse ainda que restringir o Carnaval a eventos particulares é uma forma de privatizar a festa.

"Eu voltei a trabalhar presencialmente há meses, lido com um monte de gente que nunca usa máscara. Acredito que se [a flexibilização de medidas sanitárias] vale para o trabalho, tem que valer também para lazer. Se vale para festa paga, tem que valer para a rua", disse.

Um grupo de jovens que veio de Juiz de Fora (MG) também criticou as restrições, classificou o formato do Carnaval como privatizado e se disse triste por por não curtir os famosos blocos de rua do Rio de Janeiro. Por isso, decidiram ir à festa para assistir Amigos da Onça, bloco tradicional da cidade.

O Auê Festival ainda terá mais três dias de programação, com shows na segunda-feira (28), sexta-feira (4) e sábado (5). Confira a programação:

28 de fevereiro
• Johnny Hooker
• Majur
• Batekoo convida Deize Tigrona
• Badauê
• Cindy
• Bruna Strait
• Migs in Fervo

4 de março
• Silva
• Bloco pra Iaiá
• Carol Emmerick
• Cix
• Yasmin Vilhena
• Bruna Lennon

5 de março
• Alceu Valença
• Vem cá minha Flor
• Forró da Taylor
• Tata Ogan
• Ubunto
• Yasmin Vilhena
• Jamal
• Bruna Lennon

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