Descrição de chapéu Alalaô Interior de São Paulo

São Luiz do Paraitinga troca Carnaval de rua por exposição com bonecões

Cidades do interior de SP cancelam festas, enquanto no litoral eventos particulares são liberados

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São Paulo e Ribeirão Preto

A cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, resolveu vetar o seu tradicional Carnaval de rua, bem como qualquer festa particular, em decorrência da Covid-19. Mas, para que a data não deixe de ser celebrada, decidiu investir em uma exposição inédita que revela como era a farra no local antes da pandemia.

Conhecida por ter um dos carnavais mais democráticos do país, a pequena cidade com ar interiorano e encravada em meio a morros, deu início neste mês a Mostra Bloco a Bloco, em que reúne seus bonecões, minidocumentários e marchinhas.

O acervo, que tem como intuito não deixar morrer a tradição carnavalesca local, pode ser visitado gratuitamente —de segunda a quinta-feira, das 10h às 17h, e de sexta a domingo, das 10h às 18h— na biblioteca municipal, na rua Cônego Costa Bueno, ao lado da igreja Matriz, no centro, até o dia 1° de março. A curadoria foi realizada pela Abloc (Associação de Blocos Carnavalescos de São Luiz do Paraitinga).

Com Carnaval cancelado, São Luiz do Paraitinga (SP) cria exposição com bonecões, entre os quais o do ator Mazzaropi - Fábio Gomes/Divulgação

De acordo com a prefeitura, o "intuito dos organizadores é mostrar as raízes e a tradição de um dos carnavais mais pitorescos do Brasil".

Assim que chega à parte externa da biblioteca, o visitante tem acesso a uma gama de objetos ligados à cenografia carnavalesca, como tecidos, fitas coloridas e fotografias. Ainda no âmbito cenográfico, há a apresentação de 24 minidocumentários exibidos em uma TV, com imagens dos desfiles dos blocos e depoimentos.

No eixo plasticidade, é possível visualizar os bonecões, entre os quais o do ator Mazzaropi. Já as marchinhas podem ser ouvidas acessando o próprio celular, via QR Code inserido nas placas descritivas.

Com Carnaval cancelado, São Luiz do Paraitinga (SP) cria exposição com bonecões, entre os quais o do ator Mazzaropi - Fábio Gomes/Divulgação

Litoral paulista

Ubatuba, no litoral norte, também não terá desfiles pelas ruas. No entanto, os eventos particulares são permitidos pela prefeitura. O Carnaval no Cafe de la Musique, por exemplo, tem valores que vão de R$ 200 a R$ 3.000 (valor do camarote por três dias para até seis pessoas).

Em Caraguatatuba, conforme a prefeitura, festas com mais de 500 pessoas devem possuir autorização prévia da Vigilância Sanitária.

Ilhabela também resolveu autorizar as festas privadas, desde que atendam aos critérios sanitários. O limite de pessoas depende do alvará de cada estabelecimento.

Em Santos, as atividades estão restritas à capacidade do público em 70% do total permitido, além da obrigatoriedade do uso de máscaras, distanciamento e protocolos de higiene.

Festas canceladas

No interior de São Paulo, há cidades que cancelaram toda a programação carnavalesca e até o tradicional ponto facultativo do Carnaval, enquanto outros municípios optaram apenas pela suspensão das atividades promovidas pelas prefeituras, permitindo a realização de eventos privados.

Em Campinas, a prefeitura cancelou todos os eventos alusivos ao Carnaval, mesmo particulares, como forma de evitar a propagação da Covid-19.

Com 4.881 óbitos na pandemia, nove deles confirmados na última sexta-feira (18), a cidade mais populosa do interior paulista anunciou ainda em janeiro o cancelamento geral dos eventos.

Antes disso, em novembro, já tinha sido anunciado o cancelamento dos eventos públicos. "Entre os eventos cancelados, estão blocos de rua e festividades em espaços particulares, como clubes, salões e atividades organizadas pelo setor privado", informou a administração do prefeito Dário Saadi (Republicanos).

No mesmo dia em que anunciou o cancelamento do Carnaval, a prefeitura divulgou que reduziria de 100% para 50% a ocupação de público em eventos de entretenimento, culturais, esportivos e de lazer.

Em Taquaritinga, na região de Ribeirão Preto, um decreto da prefeitura suspendeu qualquer tipo de festejo carnavalesco desde o dia 1º até 15 de março, tanto em ambientes públicos quanto privados.

A determinação abrange clubes, sítios, chácaras, praças, ruas, estabelecimentos comerciais, edículas de festas e repúblicas e, em caso de descumprimento, resultará em multas entre R$ 10 mil e R$ 150 mil ao dono do imóvel.

Além disso, a prefeitura decidiu que as repartições públicas municipais funcionarão normalmente nos dias 28 deste mês e 1º e 2 de março, sem a decretação de ponto facultativo.

Outra cidade que cancelou o seu Carnaval é Bauru. O tradicional desfile de escolas de samba e blocos da cidade já tinha sido suspenso em dezembro, após reunião da Secretaria da Cultura com dirigentes carnavalescos.

Guararema é outra cidade que decretou, neste mês, a proibição da realização de eventos no período de Carnaval, sejam eles em áreas públicas ou particulares.

O decreto é válido entre a próxima quinta-feira (24) e o dia 1º de março e tem como objetivo evitar aglomeração de pessoas. O descumprimento do decreto resultará em multa de até R$ 1.647.

"Donos de estabelecimentos poderão realizar atividades de Carnaval desde que respeitado o limite de pessoas expresso no alvará de funcionamento", diz trecho de comunicado da prefeitura.

Depois de anunciar em novembro a transferência de eventos carnavalescos do centro para a Lagoa da Chapadinha, a Prefeitura de Itapetininga decidiu cancelar a programação no local. Além do desfile de escolas de samba, o Carnaval teria exposição de artesanato e um festival.

Em outras cidades, eventos de rua estão cancelados, sob a alegação de não ser possível ter controle de público, mas eventos privados poderão ocorrer. São os casos de cidades como Ribeirão Preto e Piracicaba, por exemplo.

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