Descrição de chapéu Obituário Erno Schneider (1935 - 2022)

Mortes: Genial como fotojornalista, foi o autor de registro histórico de Jânio Quadros

Erno Schneider morreu em decorrência de uma queda em sua casa

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São Paulo

Em abril de 1961, saiu das lentes do gaúcho Erno Schneider uma das imagens mais icônicas do fotojornalismo brasileiro: o então presidente Jânio Quadros, com os pés tortos, em Uruguaiana (RS). Na ocasião, Jânio encontraria o presidente argentino, Arturo Frondizi.

A foto, que lhe rendeu o Prêmio Esso de fotojornalismo de 1962, foi publicada no Jornal do Brasil, no qual atuou na década de 1960, no Rio de Janeiro.

O Alemão, como era chamado pelos colegas, nasceu em Feliz, mas ainda criança mudou-se com a família para Caxias do Sul (ambas no RS). Foi no jornal O Pioneiro que despertou para a arte da fotografia.

Já em Porto Alegre, seguiu com a carreira em O Clarim e por lá ficou de 1955 a 1958.

Erno Schneider, fotógrafo vencedor do Prêmio Esso pelo registro histórico de Jânio Quadros
Erno Schneider, fotógrafo vencedor do Prêmio Esso pelo registro histórico de Jânio Quadros - Labhoi UFF no YouTube/Reprodução

No Rio de Janeiro, Erno também fotografou para a revista Manchete e para O Diário da Noite. Após a passagem pelo Jornal do Brasil, chefiou o departamento fotográfico do Correio da Manhã (1964 a 1969) e nos anos seguintes foi o editor de fotografia do jornal O Globo.

De 1986 em diante, como freelancer, ocupou mais o espaço na rua, onde acreditava que o repórter deveria ficar. O primeiro clique era o olhar de Erno, em busca da próxima história ou de um inusitado momentâneo; a fração de segundos que transformava uma fotografia na genialidade admirada por todos.

O presidente Jânio Quadros está de costas, olhando para o lado e com os pés tortos
O presidente Jânio Quadros em foto clássica em 1961; registro venceu o Prêmio Esso de Fotografia de 1962 - Erno Schneider/Jornal do Brasil

É o caso do jornalista aposentado Floriano Soares, 87. Os dois se conheceram na Redação de O Clarim e a amizade rendeu pautas para mais de 60 anos.

"Nossa amizade era coisa de irmandade. Concordávamos com tudo, menos com o fato de ele morar sozinho. Quisemos trazê-lo para perto da família no Rio Grande do Sul, mas ele não aceitou. Nunca desistiu de Copacabana", afirma Floriano.

Os dois conversavam toda semana, geralmente aos sábados. O amigo o via como um homem calmo, tranquilo, dono de um sentimento de solidariedade que poucos têm.

Divertido, sempre gostou de música e de festas. "Chegou perto de ser um boêmio", diz Floriano. "Nunca conseguirei esquecer sua genialidade."

Erno Schneider morreu dia 8 de março, aos 86 anos, em decorrência de uma queda em casa. Segundo Floriano, ele teve uma companheira durante muito tempo, mas era solteiro.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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