Descrição de chapéu sustentabilidade

Evento traz o desenvolvimento urbano para o debate em São Paulo

Virada ODS reúne nomes nacionais e internacionais em torno de metas estabelecidas pela ONU para 2030

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São Paulo

Em 2015, a ONU compôs uma cartilha inédita com a finalidade de estimular proposições para a criação de cidades sustentáveis e mais justas, compondo 17 metas para o desenvolvimento urbano com vistas para o ano de 2030. Essa agenda dá base agora à Virada ODS, um evento que a Prefeitura de São Paulo criou para tentar colocar em prática o que, em boa parte do mundo, permanece no campo teórico.

ODS é a sigla para "objetivos de desenvolvimento sustentável" e se refere às metas elaboradas pela ONU há sete anos.

Entre essas metas estão, por exemplo, acesso universal à habitação, criação de sistemas de transporte mais democráticos e inclusivos, redução nos números de mortes e de pessoas afetadas por catástrofes e a garantia de espaços públicos seguros para toda a população.

Na capital paulista, a série de palestras, apresentações culturais, premiações e rodadas de negócios terá início na manhã desta sexta-feira (8) e seguirá até a noite de domingo (10). O evento é aberto ao público e espera engajar até 50 mil participantes em diferentes espaços da cidade.

Instalação no Espaço Green Nation, que ocupará o segundo andar do prédio da Bienal durante a realização da Virada ODS - Zanone Fraissat/Folhapress

O palco principal será o prédio da Bienal de São Paulo, no parque Ibirapuera, mas também há programação em diversos CEUs (Centros Educacionais Unificados), da rede municipal de ensino.

Após a escolha do evento do qual quer participar, o interessado deve fazer um cadastro no site da Virada ODS para obter seu ingresso. Todas as entradas são gratuitas. A programação dos CEUs, porém, não exige cadastro.

Quem não conseguir se credenciar para um determinado evento também pode tentar uma vaga na porta, pois a organização vai disponibilizar os assentos daqueles que se inscreveram mas se ausentaram.

A Virada ODS é um evento autônomo e não se vincula a nenhuma série de fóruns similares no mundo. Em texto de apresentação da sua grade, fala-se no estímulo ao "engajamento cívico", ou em uma tentativa de conscientização mais ampla da sociedade sobre os fatores necessários para cidades mais justas.

Junto com o evento, será lançada uma metodologia de pesquisa com índices para mensurar como as metas do conjunto de ODS estão transformando as cidades.

Até aqui, em cerca de sete anos após o conjunto ser lançado pela Nações Unidas, os índices mostram pouco comprometimento da gestão pública com esse conjunto de ideias.

"Em 2018, o prefeito Bruno Covas assinou o comprometimento. Até então, a prefeitura fazia aleatoriamente os investimentos", diz Marta Suplicy, secretária municipal de Relações Internacionais, responsável pela realização do evento.

Entre as iniciativas mais contundentes, ela cita que "foi criada uma comissão ODS, e nós fizemos mais de 500 horas de videoconferências com a sociedade civil, em cima das metas da ONU".

A lista de palestrantes traz nomes de dentro e fora do país, com destaque para o escritor amazonense Davi Kopenawa, o ex-presidente do México Felipe Calderón, o prefeito de Londres Sadiq Khan, o ex-presidente da Colômbia e vencedor do Nobel da Paz Juan Manuel Santos, além de Emilia Schneider, primeira deputada trans do Chile.

Também estará presente o sul-coreano Ban Ki-moon, que foi o oitavo Secretário-Geral das Nações Unidas, de 2007 a 2017. A agenda ODS foi lançada sob sua gestão.

O grupo de convidados se divide em sete temas: mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável; smart cities e as cidades do futuro; saúde pós-Covid; igualdade de gênero; combate ao racismo; eficácia na conquista da paz e da justiça; combate à fome e à pobreza.

O segundo piso da Bienal, durante todo o evento, será ocupado pelas atrações do Festival Green Nation, um espaço com atividades lúdicas, instalações e experiências interativas.

"Boa parte da população já combate o racismo, já é contra o feminicídio. Boa parte já tem uma consciência, mas não sabe que existe um planejamento global com várias cidades no mundo signatárias dessas metas", diz Marta. "A ideia é que a população se engaje, tenha consciência disso", completa.

Durante a realização do evento, haverá um serviço de transporte gratuito entre o portão 10 do Ibirapuera e a estação AACD–Servidor da linha 5–Lilás do metrô, com intervalos de meia hora entre uma partida e outra.

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO DA VIRADA ODS

Ban Ki-moon
O sul-coreano foi o oitavo secretário-geral das Nações Unidas, de 2007 a 2017; a agenda 2030 foi lançada durante sua gestão
Quando Sexta (8), às 11h30

Juan Manuel Santos
Foi presidente da Colômbia entre 2010 e 2018 e recebeu o Nobel da Paz em 2016
Quando Sexta (8), às 14h

Davi Kopenawa
Porta-voz do povo yanomami, é também escritor e coautor do livro "A Queda do Céu"
Quando Sábado (9), às 10h

Felipe Calderón
Foi presidente do México entre 2006 e 2012 e encampou a militarização de ações contra o tráfico de drogas
Quando Sábado (9), às 10h

Sadiq Khan
Prefeito de Londres eleito em 2016 pelo Partido Trabalhista
Quando Sábado (9), às 10h

Emilia Schneider
Primeira deputada trans do Chile
Quando Sábado (9), ​às 17h30

Djamila Ribeiro
Colunista da Folha, é um dos nomes mais proeminentes na luta contra o racismo no Brasil; é mestra em filosofia política pela Universidade Federal de São Paulo
Quando Domingo (10), às 10h ​

A programação completa pode ser vista em viradaodssp.sp.gov.br.

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