Polícia Civil faz reconstituição da morte do lutador Leandro Lo

Defesa do tenente Henrique Velozo diz ter pedido simulação após encontrar divergências nos depoimentos

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São Paulo

A Polícia Civil realizou na tarde desta quarta-feira (31) a reconstituição da morte do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, 33. Ele foi morto com um tiro na testa disparado pelo tenente da PM Henrique Otavio Oliveira Velozo, 30, durante um show no clube Sírio, no Planalto Paulista, zona sul da capital, no dia 7 de agosto.

A simulação levou em conta a versão das testemunhas que estavam no local no dia do crime. De acordo com Adriano Sales Vanne, advogado que representa a família de Lo, 16 testemunhas participaram da reconstrução, sendo quatro delas amigos da vítima que estavam no show —as outras 12 pessoas eram clientes e funcionários que também estavam presentes no dia 7.

O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lô Pereira do Nascimento
O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lô Pereira do Nascimento, de 33 anos, foi baleado numa festa dentro do Clube Sírio, no bairro de Indianópolis, na zona sul de São Paulo, na madrugada de domingo (7) - @leandrolojj no Instagram

O policial, que está detido no Presídio Militar Romão Gomes, não participou da reconstituição. Segundo Vanne, foi dado a ele o direito de colaborar, mas ele recusou.

Antes de acompanhar o procedimento, a defesa de Velozo disse ter solicitado a medida como uma forma de auxiliar a investigação policial.

"A reprodução é uma segurança que a defesa tem de que esses depoimentos serão reproduzidos de forma técnica", disse aos jornalistas o advogado Caio Fortes, da equipe de defesa do policial.

Segundo ele, o objetivo da defesa era demonstrar que havia discrepâncias nos depoimentos prestados até o momento. Como exemplo, ele citou a localização dos personagens que estavam no local no momento do disparo.

"O objetivo foi cumprido. A reprodução simulada dos fatos requerida pela defesa e realizada hoje é um ato importantíssimo para confirmar ou não o relato das testemunhas. Neste caso, diversos depoimentos não corresponderam com a dinâmica realizada hoje no Clube Sírio. De forma técnica, ficaram comprovadas as inconsistências dos relatos das testemunhas", disse o escritório que representa o tenente, em nota.

Já Vanne, que representa a família de Lo, afirmou que os depoimentos foram bem semelhantes. "[As diferenças eram] coisas humanamente permitidas. Por exemplo, 'dentro de um show', 'à noite', 'numa balada'. As diferenças são mínimas, a história é bem coesa", relatou.

Segundo os advogados de defesa presentes na reconstrução, foram representados nove atos. Eles informam que a perícia deve encerrar a investigação em cerca de 15 dias e que só devem se pronunciar quando a investigação for concluída.

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