Descrição de chapéu Obituário Simon Pitel (1936 - 2022)

Mortes: Belga, marcou a história de Brasília com um restaurante

Simon Pitel chegou no DF em 1958 e deixou sua marca com muitas histórias e o sucesso do restaurante Roma

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São Paulo

Brasília foi construída por pessoas de todos os cantos do Brasil —e também de outros países. É o caso do belga Simon Pitel, que foi proprietário do restaurante Roma.

Ele chegou ao Rio de Janeiro, então capital, em 1958 e, no mesmo ano, viajou para a região onde o futuro Distrito Federal estava sendo erguido.

Nascido em 1936, em Bruxelas, capital da Bélgica, o empresário se mudou para o Brasil para viver com seu irmão mais velho. Chegando aqui, ele começou a trabalhar na loja de tecidos dos tios, mas em pouco tempo percebeu que aquilo não era para ele. Ainda aos 21 anos, ficou sabendo da construção de Brasília e decidiu traçar um caminho novo.

Foto de Simon Pitel, um homem branco e idoso, de cabelos brancos. Ele está de camisa azul, braços cruzados e sorri para câmera. Ao fundo, mesas postas dentro de restaurante.
Simon Pitel (1936- 2022) - Acib (Associação Cultural Israelita Brasília)

Inicialmente, trabalhou como vendedor ambulante. Com o tempo, conseguiu comprar uma mercearia e, assim, começou a se estabelecer no comércio.

Apesar de ter ficado conhecido pelo restaurante Roma, Simon não foi seu fundador. Na verdade, o local foi criado por um italiano, 15 dias depois da fundação da capital. Após quatro anos, em 1964, o belga comprou o estabelecimento na Asa Sul.

"Naquela época, ainda não tinha muita opção de lazer em Brasília. Aquela região era conhecida como 'shopping a céu aberto'. As pessoas passeavam por ali fazendo compras e tinham o restaurante como opção de alimentação. Aí, foi crescendo em volta disso", conta Angela Karina Pitel, filha de Simon e diretora administrativa do Roma.

Na década de 1960, o grande chamariz do local era a pizza. Cerca de 200 unidades eram vendidas por dia e as pessoas chegavam a fazer fila na porta. "Chegou a ter duas filiais na época de ouro, além de uma rede de fast food", relata Angela. Hoje, o restaurante funciona apenas no endereço original e o carro-chefe é o file à parmegiana.

Simon sempre esteve envolvido com o restaurante —só se afastou por causa da pandemia de Covid-19. "Quando a gente abriu depois do lockdown, era constante alguém perguntar por ele. Ele sempre estava recebendo os clientes, sentava na mesa, conversava", afirma a filha.

Simon sofria com um enfisema pulmonar e arritmia cardíaca. No início de setembro, acabou sofrendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e ficou internado, vindo a óbito em 11 de setembro. O empresário deixa esposa, dois filhos e dois netos.

"Fechamos só no dia do enterro porque ele detestava fechar as portas do restaurante. A vida dele era isso aqui e a gente está aqui para continuar o legado dele. Vamos dar o nosso melhor", finaliza Angela.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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