Descrição de chapéu Obituário Daniela Caran Costa Veiga (1966 - 2022)

Mortes: Dedicou-se às joias e a cuidar dos outros

Daniela passava as noites de sexta cozinhando sopa para entregar a pessoas em situação de rua nos finais de semana

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São Paulo

Daniela Caran Costa Veiga era apaixonada por joias e fez disso sua profissão, mas o que realmente a movia era ajudar o próximo.

Nascida em Mogi das Cruzes (SP), em 1966, ela sempre gostou de estudar esoterismo e, nesse processo, acabou se interessando por pedras preciosas. Por isso, formou-se em artes no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, na capital paulista, onde se especializou em desenhos e escultura. Em seguida viajou para Madri, na Espanha, a fim de se especializar em gemologia.

"Ela tinha uma oficina e ia na casa dos clientes para desenhar a joia, uma coisa bem voltada para a pessoa", afirma Leonardo Sica, irmão de Daniela.

Imagem do rosto de Daniela Caran Costa Veiga, uma mulher branca e de cabelos pretos. Na foto, ela sorri.
Daniela Caran Costa Veiga (1966- 2022) - Arquivo Pessoal

Na Espanha, ela conheceu seu ex-marido e pai de seus dois filhos. Ianina, 21, mudou-se para Brasília para fazer faculdade, e Pedro, 18, morou com a mãe até o fim da vida.

O hábito de presentear com suas criações era uma das formas da designer de demonstrar sua empatia e desejo de cuidar das pessoas. "Toda sexta-feira, ela passava da tarde até a noite cozinhando sopão para dar a pessoas no fim de semana. E sempre tinha balinhas e bolachas no carro para dar para as pessoas na rua", diz Luciana Caran, sua irmã.

Os três irmãos perderam a mãe em um acidente de carro em 1980 e, pouco tempo depois, o pai. Por isso, Daniela acabou ajudando a criar Leonardo, que era nove anos mais novo que ela.

"Ela tinha um espírito maternal muito grande e fez muita coisa por mim. Daniela deixou esse espírito de irmã mais velha e de ocupar o lugar da nossa mãe, que nos deixou quando eu tinha apenas cinco anos", afirma Leonardo.

A designer era calorosa, tinha muitos amigos e adorava frequentar a casa de todos. Sua paixão pelo esoterismo a levou a construir um altar no quarto com santos de diversas religiões. Era o ponto de ligação da família, capaz de reunir todos mesmo com suas diferenças.

"A gente tinha uma relação quase visceral. Sempre fomos muito unidas. Mesmo eu sendo um ano mais velha, nossa relação era quase de irmãs gêmeas. Era o meu porto seguro", relata Luciana.

No final de agosto, Daniela teve um quadro de pneumonia que evoluiu para uma infecção generalizada em apenas cinco dias. A designer morreu aos 56 anos no dia 5 de setembro e deixou dois filhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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