Descrição de chapéu Obituário Vera Lúcia Correia (1959 - 2022)

Mortes: Filha mais velha, ajudou na formação dos irmãos

Bancária e gerente imobiliária, Vera Lúcia Correia adorava ir a uma churrascaria e comer banana split

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São Paulo

Aos 27 anos, Vera Lúcia Correia construía uma estável carreira de bancária e já educava a filha Verônica, que ainda nem havia começado a andar direito, quando veio a notícia da morte precoce do pai, vítima de derrame cerebral, aos 49 anos. Ali os sensos de responsabilidade e empatia ficariam mais fortes do que nunca.

Mais velha de sete irmãos —a caçula tinha só dez anos—, Vera passou a ajudar a mãe a cuidar da família, além da própria filha, na época com cerca de um ano.

A experiência no banco auxiliou, por exemplo, a manter as contas da casa em ordem, tarefa que até então era desempenhada apenas pelo pai.

A ex-bancária Vera Lúcia Correia, que morreu no último dia 6 de agosto, aos 62 anos; ela ajudou a mãe a cuidar de seus seis irmãos - Arquivo pessoal

"Na época, ela apoiou muito minha mãe, ajudou a criar todos nós", diz Luciana Correia Vuyk, 49, influenciadora digital sobre reprodução assistida. "A Vera não substituiu meu pai, mas foi uma base muito importante para criar a gente."

E ela era tratada mesmo como uma segunda mãe. Luciana conta que Vera era durona para tirar a tabuada ao ajudar os irmãos com as lições da escola.

Mas também era conhecida pelo coração mole. Luciana lembra. "Ela sempre tinha as palavras mais lindas", afirma a irmã.

Separada logo depois do nascimento de Verônica, Vera voltou a se casar e teve outro filho, Raphael, que no futuro se tornaria pai de seu grande xodó, a neta Maria Antônia, atualmente com quatro anos.

Moradora com a mãe Cecira da região do Butantã, zona oeste de São Paulo, Vera estava sempre de bem com a vida. Adorava ir a churrascarias e tinha predileção pela banana split de uma sorveteria na avenida Cidade Jardim, zona sul.

Também era uma artesã de mão cheia —fazia tricô com perfeição— e seu tempero na cozinha deixava os irmãos mais novos com água na boca.

E não dispensava uma "tranqueirinha", como chamava as balinhas e bolachinhas guardadas no armário para dividir com a neta e com a sobrinhada.

Depois de anos de trabalho no Unibanco e no banco Nacional, resolveu estudar engenharia e cursou até o quarto ano, quando ingressou no segmento imobiliário. Mesmo doente, recentemente ganhou um prêmio de vendas.

Em novembro de 2019, Vera Lúcia descobriu um câncer e que precisaria retirar o estômago. Fez o tratamento e um ano depois mandou uma mensagem ao grupo da família para comemorar, pois estava curada. Só que em 2021 apareceu uma metástase.

Vera Lúcia Correia morreu no último dia 6 de agosto, aos 62 anos. Deixou os seis irmãos, a mãe, seus filhos e a neta Maria Antônia. E sem saber, um beija-flor e uma flor, tatuados no braço da irmã Luciana, quatro dias antes de sua morte. É uma homenagem à música "Flor e o Beija Flor", de Marília Mendonça, que ela ensinou as sobrinhas Gabriella e Isabella a cantar.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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