Descrição de chapéu Obituário Antonio Magalhães Gomes Filho (1945 - 2022)

Mortes: Marcou pela elegância, fino trato e sabedoria

Professor da faculdade de direito da USP, Antonio Magalhães Gomes Filho atuou no Ministério Público por 25 anos

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Alberto Toron
São Paulo

A marca registrada do professor Magalhães, como todos o chamavam, era a elegância e a generosidade no trato. Cordato, mesmo nos debates mais acalorados tinha uma forma peculiar e carinhosa de expor suas ideias.

Era um profissional querido e admirado no Ministério Público paulista —no qual atuou por 25 anos— e também por advogados e juízes.

Como professor, era tão profundamente estimado pelos alunos que, praticamente todos os anos, era escolhido paraninfo ou homenageado pelos formandos.

Antonio Magalhães Gomes Filho recebe homenagem na Faculdade de Direito da USP
Antonio Magalhães Gomes Filho recebe homenagem na Faculdade de Direito da USP - Francisco Emolo - 30.nov.2010/Jornal da USP

Com o seu saber e modo humano de lidar com as pessoas, iluminou e influenciou os caminhos de inúmeros profissionais do Direito. Dentre seus vários trabalhos científicos, "Presunção de inocência e prisão cautelar" (1991) marcou época, pois provocou uma profunda reinterpretação da prisão preventiva à luz da Constituição de 1988.

Foi professor titular de Processo Penal da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) e, de 2010 a 2014, foi diretor da mesma escola.

Integrou diversas comissões legislativas, entre elas a incumbida de apresentar um novo projeto de Código de Processo Penal, ainda em discussão no Legislativo.

Ao assumir a direção da Faculdade do Largo de São Francisco, com os olhos postos nas novas gerações e no futuro, registrou: "não posso pensar senão no presente e no futuro, sem que isso possa ser confundido com desprezo pelos valores do nosso glorioso passado. Creio que é hora de pensar na São Francisco do seu bicentenário, em 2027, que não está tão distante".

O grande amor de sua vida foi Isabela, já falecida, com quem foi casado por 40 anos. Deste casamento vieram as filhas Mariângela e Gabriela, sendo a primeira professora livre-docente da Faculdade de Direito da USP.

Deixa os netos Cássio e Cecília, que preenchiam seu coração e deram novo sentido à sua vida depois da aposentadoria.

Morreu em decorrência de complicações advindas de uma infecção generalizada, ao lado das filhas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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