Descrição de chapéu Obituário Erik Neves Rodrigues (1970 - 2022)

Mortes: Dedicou-se à proteção e ao bem-estar animal

Erik Neves Rodrigues foi o precursor da castração com a técnica do gancho, que é minimamente invasiva

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São Paulo

A paixão de Erik Neves Rodrigues pelos animais era de longa data. A convivência com eles o cercou desde a infância. Além de um sítio onde criavam várias espécies, seus pais tinham um comércio de rações.

Erik se formou em medicina veterinária em 1993 na Universidade do Estado de Santa Catarina, no campus de Lages.

Ainda em 1993, poucos meses após se graduar, abriu sua primeira clínica veterinária, em Embu das Artes (cidade da Grande São Paulo onde nasceu), voltada a atendimento de baixo custo.

Sete anos depois, concluiu a pós-graduação em saúde pública na Universidade de Ribeirão Preto, no interior paulista.

Erik Neves Rodrigues (1970-2022)
Erik Neves Rodrigues (1970-2022) - PATRE no Facebook

Erik foi o precursor da castração com a técnica do gancho, que é minimamente invasiva. Atribui-se ao seu nome, também, a implementação do primeiro Castramóvel do estado de São Paulo e a criação, em parceria com o governo paulista, de mutirões em municípios do interior.

O veterinário foi ainda o mentor da criação de uma clínica referência em parcerias com municípios brasileiros para mutirão de castração.

Em seu currículo constam passagens como diretor do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Embu, membro do programa de castração da Prefeitura de São Paulo (1996), fundador da União Embuense de Proteção aos Animais, além de prêmios institucionais e pelo trabalho filantrópico com entidades ligadas à proteção animal no estado de São Paulo.

Em 2016, Erik inaugurou o primeiro hospital veterinário com atendimento de alta tecnologia a preços acessíveis —gratuito a pessoas de baixa renda e protetores de Taboão da Serra e municípios vizinhos.

"Ele era único, talvez o ser humano mais especial que conheci em vida. Muito bondoso, tratava todos com a mesma educação. Nunca negou atendimento por viés financeiro", afirma André Módina Machado, 41, amigo desde 1997.

Segundo o amigo, Erik foi pioneiro no Brasil na expansão das ações de mutirão de castração, que beneficiou milhões de animais. "Muitos que executam esse serviço hoje foram inspirados pela obra dele."

Nos anos de 2020 e 2021, Erik foi parceiro da Fundação Florestal do Estado de São Paulo na implementação de mutirões de castração em parques estaduais do vale do Ribeira. A medida, premiada na ONU (Organização das Nações Unidas), contribuiu para a diminuição dos riscos dos animais domésticos do entorno dos parques causarem desequilíbrio na fauna.

"Ele deixa para nós essa doação sem pensar no lucro. O Erik teve vários convites para se candidatar a cargos políticos, mas nunca se interessou. Ele também ensinou a passar o conhecimento para a frente. Foi um veterinário de todas as vertentes e especialista em vários temas, um gênio fora da curva", afirma André.

Fora a dedicação aos animais, suas outras paixões eram viajar com a família, mergulhar, pescar e o Palmeiras.

Erik morreu dia 16 de setembro, aos 52 anos. Ele descobriu um tumor no esôfago no início do mês, passou por cirurgia e apresentou complicações após o procedimento. Deixa a mulher, três filhos, amigos e animais.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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