Descrição de chapéu Independência, 200

Nova área faz ligação do Museu do Ipiranga com o parque

Arquitetos concebem recepção como um ambiente acolhedor para atrair público que passeia pelos jardins

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Naief Haddad Marcelo Pliger
São Paulo

As soluções encontradas pela arquitetura são uma atração à parte no novo Museu do Ipiranga. Um dos principais pontos do projeto é a integração da instituição com o parque logo à frente.

Essa mudança acontece graças ao modo como foi construído o amplo espaço de recepção, uma das partes da área ampliada. Os arquitetos Eduardo Ferroni e Pablo Hereñú, do escritório H+F, responsável pelo projeto, referem-se a esse local como "espaço de acolhimento".

Estão lá a bilheteria, o guarda-volumes e os banheiros. Também nesse lugar, no fim deste ano ou no começo de 2023, passarão a funcionar um café e uma loja.

"A relação entre os museus e o público no Brasil é, muitas vezes, de intimidação. As pessoas ficam em dúvida se devem ou não entrar", afirma Ferroni. "Procuramos fazer esse lugar como um desdobramento do parque para dentro do museu, como se fosse uma antessala."

Com esse intuito, o chão de pedras portuguesas do jardim se estende pela recepção. As duas grandes portas serão mantidas sempre abertas durante o funcionamento do museu, assim como a janela em formato de arco, com 28 m de extensão. Tanto a iluminação quanto a ventilação são naturais —não há ar-condicionado nesse ambiente.

A partir desse "espaço de acolhimento", os visitantes têm acesso a uma sala de exposições temporárias de 900 m², o equivalente a uma quadra esportiva (a primeira exposição nesse local abre no início de novembro), ao auditório de 200 lugares e às salas do departamento educativo.

É também a partir daí que o público chega às escadas rolantes e ao elevador, que conduzem ao antigo prédio, o chamado edifício-monumento.

A concepção de uma nova ala que não disputasse a atenção com o prédio antigo foi outra preocupação dos arquitetos. "Nós buscamos fazer uma ampliação, que duplica a área do prédio original, sem que essa área nova sobressaísse", afirma Ferroni.

Nesse sentido, priorizaram "as subtrações de volumes às adições", ou seja, tirando matéria em vez de acrescentá-la.

Os exemplos são os cortes efetuados no muro de pedra construído nos anos 1920: três intervenções ocupadas pelas duas portas (os principais acessos ao museu) e pela extensa janela.

á ainda um outro diálogo entre o passado e o presente para apreciação do público. Segundo Ferroni, "uma arquitetura como essa é feita de camadas de tempo: o tempo da construção, quando não tinha a finalidade de ser um museu [1895]; o uso dela como um museu republicano [primeiras décadas do século 20]; e as intervenções posteriores".

Em vários setores do prédio, essas diferentes camadas são reveladas para contar a história do museu, como se vê nas paredes com diferentes texturas ao lado das escadas rolantes.

Museu do Ipiranga

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.