Descrição de chapéu Obituário Susana Naspolini (1972 - 2022)

Mortes: Emprestou leveza e irreverência ao jornalismo comunitário

Susana Naspolini morreu aos 49 anos, após longo tratamento contra o câncer

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Susana Naspolini conduzia a vida com alegria e um sorriso no rosto. Não por acaso, ao escrever sua autobiografia, escolheu como título "Eu escolho ser feliz" (ed. Agir, R$ 19,90 em ebook; 128 págs.). O livro conta, entre outras coisas, como ela passou por quatro tratamentos de câncer.

Esse desejo de viver da colega ficará para sempre marcado no coração da produtora de reportagem Flávia Jacomo. "Ela era a minha amiga do peito, minha irmã camarada", diz. As duas se tornaram amigas na GloboNews.

Assim como Flávia, Susana completaria 50 anos em 2022. Elas estavam programando a comemoração do aniversário na Europa. A morte da jornalista aos 49 anos nesta terça (25) interrompeu os planos.

A jornalista Susana Naspolini no lançamento da autobiografia 'Eu escolho ser feliz'
A jornalista Susana Naspolini no lançamento da autobiografia 'Eu escolho ser feliz' - TV Globo/Reprodução

Susana descobriu o primeiro tumor em 1991, aos 18 anos. A partir daí, vieram novas batalhas contra a doença. O quinto câncer, na bacia, foi diagnosticado em janeiro de 2020 e acabou se espalhando para outros órgãos.

Em meio ao tratamento, ela ainda foi infectada pela Covid-19 e encontrou tempo para publicar um livro, "Terapia com Deus" (ed. Petra, R$ 19,90 em ebook; 128 págs), publicado em 2021.

Além da alegria, a fé também era uma marca da repórter. Católica, gostava de orar e afirmava que rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria solucionava seus problemas.

"Mesmo com os obstáculos, ela tinha fé e garra para viver. Era muito difícil a vida derrubá-la", conta Flávia.

Irreverente e divertida, Susana adotou um estilo despojado enquanto comandou o RJ Móvel no RJ1, telejornal local da Globo na capital fluminense.

No quadro, ela andava pelas ruas, distribuía beijos e aceitava o café dos entrevistados. E assim, de maneira leve, apresentava os problemas da população e cobrava soluções do poder público.

"Ela era uma pessoa simples e bastante querida, otimista. Fora da curva", afirma a amiga.

Catarinense de Criciúma, Susana trancou a faculdade de jornalismo em 1990 e se mudou para o Rio de Janeiro após conseguir uma vaga no curso de teatro do Tablado. Um ano depois, descobriu o primeiro câncer e retornou para Santa Catarina.

Ela retomou o curso de jornalismo e começou a carreira em emissoras de TV do estado. A jornalista foi contratada em 2002 para trabalhar temporariamente como repórter na GloboNews, na qual ficou até 2004.

Depois, se tornou apresentadora do RJ Móvel, passou pelo Canal Futura, pela produção da Globo, e ainda atuou na reportagem dos telejornais Bom Dia Rio e RJTV.

Viúva do jornalista esportivo Maurício Torres (1971-2014), Susana deixa a filha Julia, 16.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.