Mulher chama passageira de ônibus de 'preta, safada' e é presa em Belo Horizonte

Ela foi solta após pagar fiança; polícia afirmou que diversas testemunhas ouviram as agressões

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Rio de Janeiro e Belo Horizonte

Uma mulher de 55 anos foi presa em um ônibus, no bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte, na noite de domingo (13), sob acusação de injúria racial e desobediência às ordens dos policiais. Ela foi levada para a delegacia e solta após pagamento de fiança.

De acordo com informações da Polícia Militar de Minas Gerais, ela teria dito a uma outra passageira, de 45 anos, que também estava no ônibus: "Sua preta safada, pobre, você tem que morrer mesmo, assim como todo pobre e preto". Os nomes das duas não foram divulgados.

Interior de ônibus vazio, com bancos azuis e roletas pretas
Mulher é presa após injúria racial dentro de ônibus - Divulgação/Polícia Militar Minas Gerais

Em depoimento, a vítima disse que antes do ataque verbal não havia ocorrido nenhum diálogo que evoluísse para as agressões.

Segundo os policiais, diversas testemunhas confirmaram os relatos da vítima. As pessoas também se propuseram a fornecer seus relatos sobre o ocorrido para a Polícia Civil e, posteriormente, para um juiz.

Em seu depoimento, a autora afirmou que a vítima e outros passageiros a insultaram por conta de seu posicionamento político. A Polícia Civil mineira informou que "devido a Lei de Abuso de Autoridade, não divulga nem confirma dados de envolvidos em atos ilícitos."

Durante a abordagem, de acordo com os policiais, a mulher teria resistido às ordens dos PMs e foi preciso usar a força para que ela fosse levada à delegacia.

Ela foi detida sob acusação de injúria racial, resistência e desobediência. A suspeita foi ouvida e autuada em flagrante pelo crime de injúria. Após pagamento de fiança, ela foi liberada. Segundo a Polícia Civil, as investigações seguem em andamento.

Em nota, o SetraBH (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte) disse que "não compactua com nenhum tipo de violência ou agressão seja ela verbal ou física, de cunho xenófobo ou racista, nas operações do Sistema de Transporte Coletivo de Belo Horizonte".

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