Incêndio consome estação ecológica no RS há três dias

Chamas já destruíram 8% da área verde do Taim, uma das mais importantes de conservação da mata atlântica do país

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Curitiba

Após três dias de incêndio, quase 8% da área total da Estação Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul, foi destruída até esta quinta-feira (15). A unidade de conservação tem um total de 32.806 hectares, dos quais 2.532 foram consumidos pelas chamas.

A causa do incêndio, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), foi a queda de um raio na última segunda-feira (12), próximo da BR-471, que liga o estado ao Uruguai, na cidade de Santa Vitória do Palmar.

Ventos e acesso por área de banhado dificultam combate às chamas - ICMBio

Devido à direção dos ventos, a rodovia não foi atingida e não precisou de interdição.

De acordo com o ICMBio, os ventos estão virando na direção nordeste e há outra linha de fogo, com 10 quilômetros de comprimento, que atinge a margem leste do banhado e se estende, em diagonal, à outra margem.

"Como trata-se de uma área de banhado, o fogo é combatido nos flancos, com o objetivo de não entrar em propriedades vizinhas", diz o órgão.

A autarquia afirma que o fogo está atingindo a parte seca da vegetação e não deve chegar às raízes, que estão protegidas pela umidade ainda existente no solo, o que ajudará numa rápida recuperação das plantas. "O ICMBio ainda constatou que há ‘ilhas’ de refúgio para fauna."

Mapa mostra área atingida pelo fogo na Estação Ecológica do Taim - ICMBio

A Unidade de Conservação do Taim sofreu um incêndio de proporções parecidas em fevereiro de 2013, também causado por um raio, quando 5.731 hectares de vegetação foram destruídos pelo fogo, parte em regiões fora do perímetro da estação.

Na época, brigadistas e aviões trabalharam por uma semana para controlar as chamas, intensificadas pelos ventos e pela dificuldade de acesso a áreas de banhado. Há cinco anos, outro incêndio atingiu uma área ainda maior da mesma reserva.

A estação, que fica nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande, é habitat de espécies como o jacaré-de-papo-amarelo e o cisne-de-pescoço-preto. Também é um local de passagem de aves migratórias.

Criada em 1986, é uma das mais importantes áreas de conservação da mata atlântica do país, preservando banhados e lagoas, campos, dunas e matas e abrigando uma grande diversidade de espécies de vegetais e animais ameaçados de extinção.

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